Imprensa se despede de Maurício Ranieri

Maurício Ranieri teve três passagens marcantes pelo Jornal de Hoje entre 1971 e 1986
Marco Antonio Oliveira (Arquivo Jornal de Hoje)

A imprensa da Baixada Fluminense perdeu esta semana um de seus mais marcantes profissionais. Será enterrado neste sábado, às 11h, no Cemitério de Marapicu, em Nova Iguaçu, o corpo de Maurício Ranieri, co-fundador e primeiro redator do Jornal de Hoje. Ele estava internado e se preparava para passar por uma cirurgia na perna, mas morreu na quinta-feira (30), aos 84 anos, após sofrer uma parada cardíaca.
Entre idas e vindas, Ranieri trabalhou no Jornal de Hoje entre 1971 e 1986. Nestes 15 anos, foram três passagens marcantes para a história do jornal, desde sua fundação, passando pela chegada da rotativa que modernizou a gráfica do JH e até as matérias mais especiais. Em entrevista ao JH, concedida em outubro de 2011 e publicada na edição especial em comemoração pelos 40 anos do diário, Ranieri citou suas principais memórias.
“São tantas lembranças em 15 anos que fica difícil citar. A reportagem sobre a luta pela construção do atual prédio da prefeitura de Nova Iguaçu foi especial. O Jornal de Hoje deu o ponta pé inicial para que ele fosse erguido. Já quando a rotativa chegou, houve uma bela festa. As ruas pararam para ver o caminhão chegando com uma grande faixa do jornal”, disse à época.

Homenagem nas redes sociais

Maurício Ranieri, que no alto de seus 84 anos era um homem antenado às tecnologias, era usuário assíduo das redes sociais. E foi através delas que muitos amigos homenagearam um dos grandes nomes da história da imprensa escrita da Baixada Fluminense. Um daqueles que lembraram com carinho o legado deixado pelo co-fundador do Jornal de Hoje foi Dario Moraes de Oliveira, com quem Ranieri trabalhou.
“Repouso de um guerreiro. Adeus Ranieri!
Nova Iguaçu viu a “Revista Iguaçu News” ter uma circulação interrompida para dar lugar ao nosso JORNAL DE HOJE, redação em festa e muita euforia com aquele sorriso do patrão Valcir Almeida tendo ao lado a figura imbatível de sua irmã Lourdes e do diretor industrial José de Castro. Valcir, naquela época preposto da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, numa modesta sala do Edifício inacabado do Shopping Center Nova Iguaçu. A redação em festa, Maurício José Ribeiro Ranieri, misto de editor/repórter/fotografo e outras atividades. Lá estavam outros nomes da nossa sofrida imprensa iguaçuana Jorge Rodrigues Barenco, Renatto de Souza Pereira (fotógrafo) e outros, também estava por lá este que escreve estas linhas. O nosso jornal de hoje tinha até uma musica: “Jornal de Hoje, um jornal de Nova Iguaçu, cobre toda cidade, desde Cava a Cabuçu. É um jornal vibrante, é um jornal interessante e nós afirmamos aos que nos querem mal, ninguém segura esse jornal”. Hoje o JH é uma potência na Baixada Fluminense, quiçá em todo Estado. Porém o dia de hoje é marcado pelo luto, partiu para a eternidade um dos jornalistas fundadores deste nosso jornal, simplesmente Ranieri. Visionário, sonhador amante do automobilismo, viu o JH sair da imaginação do Valcir para seguir essa estrada vitoriosa. Sua morte é cumprimento de uma pauta dada por nosso editor chefe maior, e nos resta agradecer a ele por nos ter dado o privilégio de haver recebido aulas de um jornalismo dentro dos padrões da época. Descanse em paz, guerreiro. Adeus Ranieri. Nos veremos do lado de lá!”. (Dario Moraes de Oliveira)

por Raphael Bittencourt (raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br)

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