Candidato, por que não você?

*Paulo Castelo Branco

As convenções partidárias estão próximas, e quase não se fala em candidaturas; a não ser nas redes sociais.
Brasília, não tem servido muito de orientação para se iniciar na política partidária. Poucos são os que se interessam na filiação e em candidaturas. Especialmente os jovens que se afastam da possibilidade de governar e criticam duramente os políticos de todos os matizes.
Quando da elaboração da Constituição, com muita luta, obtivemos a autonomia política do Distrito Federal e a criação da Câmara Distrital. Na primeira legislatura, com os trabalhos ali desenvolvidos, conseguiu-se melhorias para a cidade e atendimento aos anseios da população.
Depois, o populismo tomou de assalto a casa legislativa, e poucos parlamentares conseguiram sair do furação que arrasou tudo o que passava à sua frente. Troca de favores, nepotismo, benefícios sem controle, e o conceito da Câmara chegou aos dias de hoje com manchas que não serão apagadas se não houver renovação dos eleitos e, acima de tudo, candidatos com interesse público.
Sabemos que o corporativismo é forte, no entanto, mesmo dentro das corporações existem os que não pensam só nos benefícios dos seus eleitores, mas também, no interesse coletivo.
Por outro lado, há os que, à custa de muito dinheiro, são eleitos para cuidar dos negócios das suas empresas fornecedoras de serviços ao Distrito Federal. Os escândalos se sucedem levando à cadeia alguns personagens que viviam sob a proteção do poder ou da riqueza e não imaginavam serem acusados e presos por crimes contra o patrimônio público, fraudes em licitações, extorsão, peculato e outras infrações ao código penal.
O que virá a seguir dependerá de você, eleitor. Aposentados cansados de trabalhar e que se dedicam à meditação, viagens, caminhadas… já devem ter dito que, se fosse no seu tempo, as coisas seriam diferentes; esses podem ajudar muito se eleitos. O jovem que gostaria de mudar a situação, mas se afasta da política considerando que está na sua época de ganhar dinheiro, ou a jovem recém formada que pode ser eleita só com os votos dos colegas universitários, tem que se mostrar interessado na mudança. Este é o desafio: se você não quer entrar na política, ajude um colega a ser eleito em 2018.
Nas eleições de Brasília há bons exemplos de parlamentares que saíram às ruas pedindo votos nas quadras comerciais e distribuindo santinhos nos sinais de trânsito; estou falando especialmente do senador Reguffe, que nunca buscou reeleição e segue no compromisso de manter-se incólume nos mandatos que já exerceu.
Siga os bons exemplos, filie-se a um partido e busque uma legenda para 2018.

*Paulo Castelo Branco é advogado.

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