Lidiane Cruz da Silva esfaqueou a mãe e duas filhas. Uma morreu. O militar do Exército Alair Neves, 25 anos, evitou as outras duas mortes
Fotos: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje
“Uma das vítimas estava caída no chão, sangrando, consciente e contou que foi atacada por trás pela filha e que ela tinha matado as criancinhas. Tentei acalmar a mulher, que gritava muito. Foi um diálogo de meia hora. A criança de seis meses estava morta na cama. Foi um choque tremendo”. Esse relato emocionado é do militar do Exército Alair Neves, de 25 anos, que evitou uma tragédia maior dentro de uma casa no Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu. Uma mulher matou a facadas a própria filha, de apenas 6 meses, no fim da tarde de terça-feira. De acordo com agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), além da pequena Safira, Lidiane Cruz da Silva esfaqueou a outra filha de 5 anos e sua mãe, que tentava impedí-la. A criança, identificada apenas como Sophia, e Solange Ribeiro, 57 anos, foram encaminhadas ao Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse).
Segundo a assessoria da unidade de saúde, Solange teve 70 perfurações pelo corpo, como na cabeça, abdômen, tórax e braços. Ela passou por exames, teve os ferimentos suturados e segue em observação. Uma das facadas causou o acúmulo de ar entre o pulmão e a parede torácica, mas ainda não há necessidade de cirurgias. O estado de saúde dela é estável. Já Sophia sofreu mais de 25 perfurações nos braços e três na coxa esquerda. Ela passou por exames, teve os ferimentos suturados e segue na unidade em observação. O estado de saúde da paciente é estável. O serviço social da Posse já acionou o Conselho Tutelar para cuidar do caso.
O crime aconteceu na Rua Michel Emanoel, na casa das vítimas, quando a mulher repentinamente pegou uma faca e atacou Solange. A avó das crianças conseguiu fugir e a suspeita passou a desferir golpes nas duas filhas. Dois vizinhos ouviram os pedidos de socorro da vítima e conseguiram desarmar Lidiane. Eles acionaram os Bombeiros e a PM, que a prenderam no local. Segundo informações preliminares da DHBF, Lidiane aparenta ter problemas psicológicos. Ela confessou o crime, disse estar arrependida e afirmou que seu marido teria ‘entrado em sua mente, mandando que ela matasse suas filhas e se jogasse na frente de um trem’. A mulher foi autuada em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio. Se condenada, ela pode pegar até 30 anos de cadeia.
Segundo informações do delegado André Barbosa, da DHBF, a mulher teve um surto psicótico e foi apresentada na audiência de custódia, onde o juiz irá decidir se ela irá para um presídio ou manicômio judicial.
