
Danúbia Rangel, apontada em investigações da Polícia Civil como um dos pivôs da guerra de facções pelo controle da Rocinha, negou ter articulado junto com o marido, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, a invasão da favela, em setembro deste ano. Em entrevista ela alega não ter recebido ordem nenhuma de Nem para romper com Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, chefe do tráfico da favela preso nesta semana, e retomar a comunidade.
“Ele (Nem) não comentava decisão nenhuma comigo. Eu nunca fui vista com arma na Rocinha, eu nunca fui vista ordenando nada. Nunca segurei uma arma”, disse Danúbia, que foi presa em outubro na Ilha do Governador, após fugir da Rocinha, e, desde então, divide uma cela com outras 60 presas no Complexo de Gericinó.
Na entrevista, a “Xerifa da Rocinha” — como era conhecida nos tempos em que Nem comandava o tráfico na favela — também revelou que guarda mágoa do traficante, e que os dois não se falam desde que ela passou a ser considerada foragida. No ano passado, Danúbia foi condenada a 28 anos de prisão por tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa.
“Desde a primeira vez em que fiquei foragida, eu esperava uma palavra dessa dele (Nem): ‘Fala à minha mulher que eu amo ela, que eu tô com ela’. Eu ficava esperando sempre, e nunca veio esse recado”, contou a mulher.
Quando perguntada se ficou deslumbrada com o poder que o tráfico dava a ela, Danúbia, que ficou conhecida pelas selfies em redes sociais, afirmou: “Não sou exemplo a ser seguido com o que eu vivi com relação à Rocinha”.