Orquestra Sinfônica Brasileira leva japerienses ao delírio

Mais de 2 mil pessoas assistiram ao espetáculo da Orquestra Sinfônica no Paço Municipal de Japeri
Divulgação/PMJ

“É a realização de um sonho. É um momento único na vida dos moradores desta cidade”, foi como reagiu, “feliz da vida”, o prefeito Carlos Moraes, diante do espetáculo promovido na noite de quinta-feira (13), pela Orquestra Sinfônica Brasileira, em Japeri.
O evento, que reuniu mais de 2 mil pessoas no Paço Municipal, ao lado da Prefeitura, em Engenheiro Pedreira, contou ainda com a participação de músicos da cidade integrando a orquestra mais famosa do País.
Foram cerca de duas horas de músicas clássicas, incluindo sucessos como Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, e Garota de Ipanema, de Antônio Carlos Jobim. Ao todo, 57 músicos da Orquestra e 16 de Japeri se apresentaram no palco.
“Tenho 73 anos de idade e nunca aconteceu isso, que é ter uma Orquestra Sinfônica Brasileira na minha cidade. Japeri não vive só do funk e pagode. Gastamos R$ 5 milhões por mês com a saúde. Por que, então, não podemos gastar também com os sadios? Vamos pensar na Orquestra, aqui na cidade, novamente”, anunciou Carlos Moraes.
O espetáculo, que foi gratuito para a população, contou ainda com atrações musicais da própria cidade de Japeri, a exemplo de fanfarras escolares, bandas marciais, orquestra municipal e apresentações de danças.
O maestro americano Lee Mills, que já foi diretor musical da Orquestra Sinfônica da Universidade de Towson (em Baltimore, nos Estados Unidos), levou o público ao delírio ao interagir com a plateia. Com dificuldade para se expressar em português, ele fez ‘selfie’ e sambou no alto do palco.
Os músicos também deram um show à parte, com a execução de 13 clássicos, entre eles, a ópera de Guilherme Tell, as bodas de Fígaro e Ludwig Van Beethoven Sinfonia Número 5.

Japeriense no repertório
Morador do bairro japeriense de Nova Belém, o músico Robson Gomes Pereira se emocionou ao ver sua própria composição ‘Superação’, sendo executada pela Orquestra Sinfônica Brasileiro para amigos e conterrâneos, na cidade onde mora.
“Faltam palavras para definir meu sentimento, ao ouvir minha própria música sendo tocada pela Orquestra maravilhosa. Ela é uma homenagem a todos aqueles que defenderam o Brasil no campo de batalha”, festejou Robson Gomes, ao lado de um irmão gêmeo, que toca trombone.
Emocionado também ficou o jovem Felipe Souza Silva, de 34 anos, que tocou percussão com a Orquestra Sinfônica. Morador de Nova Belém, ele disse que realizou o seu grande sonho como músico. “Foi uma oportunidade única, que espero viver novamente”, contou.
Violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira, André Cunha, lembrou que durante os ensaios com os músicos de Japeri, descobriu novos talentos que um dia poderão fazer parte de uma grande banda ou mesmo de uma sinfônica.
“A música na vida desses jovens é fundamental. Até mesmo para suas carreiras acadêmicas, nas escolas. Percebi que há muita gente boa e que, com estímulo, vão fazer sucesso em breve”, profetizou.
Quem não tocou com a orquestra e ficou apenas na plateia, pediu bis, e não escondeu o desejo de rever a orquestra tocando novamente na cidade no próximo ano e com novos músicos japerienses.

Um presente de Natal
“Foi motivo de grande emoção e orgulho presenciar tanto talento e ouvir música boa. É o resultado de anos de estudo e muitas horas de ensaio. Belíssimo presente de Natal para todos nós”, disse a bailarina e Miss Japeri, Victória Nunes de Souza.
Diretor artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, Pablo Castellar explicou que a exibição da Orquestra Sinfônica Brasileira em Japeri faz parte do projeto Conexões Músicas, que está passando por cidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
“Estamos trabalhando com as escolas municipais. A parceria com a Prefeitura de Japeri foi importante. Até porque, descobrimos grandes músicos na cidade, onde celebramos também uma música de um compositor de Japeri. É um projeto de inclusão para muitos jovens que sabem tocar as músicas orquestrais. Precisamos valorizar os músicos locais. Fomos bem tratados e até mimados aqui na cidade”, comentou

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