Sistema Firjan reúne prefeitos para debater reforma da previdência

“Temos que fazer alguma coisa. Temos que promover as discussões de estado e apartidárias. A população não aguenta mais sofrer”, disse o presidente da Firjan Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

O presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, reuniu ontem (15/12) prefeitos fluminenses e empresários para debater sobre a necessidade da urgente aprovação da reforma da previdência. Durante o evento, o economista-chefe da Federação, Guilherme Mercês, fez a apresentação ‘Previdência, ajuste fiscal e crescimento econômico’ e mostrou aos representantes municipais os possíveis impactos negativos nas contas púbicas da União, estados e municípios caso as reformas não sejam aprovadas no próximo ano.
O evento marcou os 20 anos do movimento “Reformas Já”, lançado pela FIRJAN em 1997 e que já defendia mudanças na previdência. Desde então, a Federação vem pedindo que o governo federal e o Congresso promovam as reformas estruturais necessárias para o país. Segundo ele, as lideranças empresariais e os prefeitos têm a missão de cobrar dos parlamentares a aprovação da reforma da previdência o mais rápido possível.
“Diante dos fatos, ficou evidente que temos que fazer alguma coisa. Temos que promover as discussões de estado e apartidárias. A população não aguenta mais sofrer. Qual é a lógica de sermos contra a sangria dos cofres públicos”, indagou o presidente da Federação.
Em sua apresentação, Guilherme Mercês mostrou os dados que comprovam o déficit de R$ 166,86 bilhões na Seguridade Social, desfazendo o mito de uma previdência superavitária. Conforme o economista-chefe, esse impacto atinge negativamente a situação fiscal da maioria dos estados brasileiros, que comprometem seus orçamentos com a folha de pagamento do funcionalismo público.
Mercês lembrou que cerca de mil municípios brasileiros estão muito próximos do limite prudencial de gastos públicos e que quase 600 cidades já ultrapassaram esse limite. “No caso do Rio de Janeiro, o orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa é voltado para despesas com pessoal. Se houver um colapso nas contas públicas do estado, os municípios são os primeiros a sofrer restrições”, acrescentou.

Dr. João destacou a importância do encontro

O prefeito de São João de Meriti, João Ferreira Neto, reforçou que não tem como discutir essa pauta sem o envolvimento dos empresários, que movimentam a economia das cidades e empregam a população. “Falar disso dentro da FIRJAN é muito importante, dada a relevância nacional da instituição. Da última gestão, herdamos uma dívida de cerca de R$ 100 milhões em aposentadorias. Então, a nossa maior preocupação é não vamos ter dinheiro para investir na saúde e na educação, porque a maior parte do orçamento está direcionado para aposentadorias e folha de pagamento”, disse o prefeito.
Também presente, o deputado federal Julio Lopes (PP/RJ) defendeu a mobilização promovida pela Federação como forma de pressionar os parlamentares a aprovarem a reforma da previdência o mais breve possível. “Precisamos do apoio dos prefeitos e dos empresários e essa mobilização pode fazer a diferença. Não podemos mais empurrar esse problema para frente. A ação da FIRJAN ajuda esclarecer melhor a população sobre a necessidade das reformas”, disse o parlamentar.
Guilherme Mercês destacou ainda que, caso as reformas não sejam aprovadas, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2018 não deve alcançar os 2 pontos percentuais. O economista-chefe defendeu ainda a implantação do programa de concessões e parcerias público-privadas, como a concessão dos serviços de água e esgoto em 20 municípios fluminenses, que têm potencial de investimento em um total de R$ 7,5 bilhões.

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