
O Ministério Público Federal em Angra dos Reis, na região metropolitana do Rio de Janeiro, expediu recomendação ao IBAMA e ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), à Capitania dos Portos de Itacuruçá, à Polícia Federal e à Secretaria de Meio Ambiente de Mangaratiba para que seja criado um Grupo Interinstitucional com objetivo de traçar estratégias para paralisar as mortes de boto-cinza nas baias de Sepetiba e Ilha Grande.A recomendação exige a elaboração de um plano de fiscalização da atividade pesqueira de acordo com as portarias e instruções normativas vigentes para a Baía de Sepetiba, além de um cronograma de repressão da pesca predatória, pois estava acontecendo, pois havia um índice alto de pesca ilegal de botos-cinza para utilização artesanal do animal.
O MPF comunicou que, nas baias de Sepetiba e Ilha Grande, a mortalidade de botos cinza, no período entre 2006-2009, foi de 1 boto no mês; já entre 2010 e 2013, a frequência aumentou para 2,6 botos por mês, e a partir de 2014 até abril de 2015, a mortalidade foi de 5,5 botos por mês. Alerta que essa mortandade se encontra em níveis insustentáveis e muito acima do limite permitido para que a população se mantenha estável e que, caso ela persista, em aproximadamente em menos de 10 anos a espécie estará totalmente extinta na região.
Caso a recomendação não seja cumprida, o MPF irá entrar com uma ação civil pública, com pedido de liminar, sem prejuízo de eventual responsabilização individual de agentes públicos, já que, a cada mês, a situação piora. No dia 7 de julho, o procurador da República no Rio de Janeiro já havia pedido uma recomendação para o fim da pesca predatória na Baía de Sepetiba.