José Luiz Moraes Vieira teve trabalho para retirar todo o barro acumulado na porta de casa, na Rua Jornalista Valcir Almeida
Fotos: Raphael Bittencourt/Jornal de Hoje

Quem não conhece a Rua Jornalista Valcir Almeida, onde está situada a sede do Jornal de Hoje, no bairro Vila São Jorge, em Nova Iguaçu, poderia imaginar que ela ainda não é saneada, caso passasse por ela ontem de manhã. Isso porque a rua ficou encoberta por muito barro que desceu da Serra de Madureira em decorrência do temporal que atingiu a cidade na noite de segunda-feira.
Em poucos minutos a rua ficou completamente alagada, até mesmo as calçadas foram encobertas pela água. Crianças se arriscaram e jogaram bola debaixo do temporal, mas logo desistiram da brincadeira ao perceberem o perigo. A tempestade durou cerca de uma hora e meia.
O dia seguinte foi de trabalho para os moradores da Rua Jornalista Valcir Almeida. Logo de manhã os vizinhos se uniram em um árduo trabalho de limpeza. Com vassouras e pás, eles retiraram o que era possível da lama que cobria o asfalto e, pouco a pouco, era possível ver que aquela não se tratava de uma rua sem saneamento básico. “Mas não adianta ter asfalto se não há contenção de encosta”, criticou o funcionário público José Luiz Vieira, 54 anos. Morador da rua há 52, ele revela que há tempos não via chuva como a que caiu anteontem. “Mas quando ela vem forte a rua fica assim. Esse problema é antigo”, relatou.

Dificuldade na volta pra casa

A chuva foi suficiente para encobrir a calçada da sede do Jornal de Hoje
Fotos: Raphael Bittencourt/Jornal de Hoje

A tempestade começou por volta das 19h de segunda-feira, horário de grande movimento no trânsito de Nova Iguaçu. Muitas pessoas que saíam do trabalho tiveram dificuldade para chegar em casa. Diversos pontos da Avenida Abílio Augusto Távora ficaram completamente alagados. Quem tentava sair à pé no Shopping Nova Iguaçu ficou ilhado e precisou esperar a água estiar.
Grandes bolsões d’água se formaram nos acessos ao viaduto Dom Adriano Hipólito. Motoristas que arriscaram enfrentar a força da água tiveram dificuldade para vencer a correnteza e alguns ficaram enguiçados pelo caminho. Na tentativa de cortar quem estava parado e ganhar tempo, muitos veículos trafegavam pela contramão, dando um nó no trânsito.
Diversas ruas da Posse também ficaram intransitáveis, entre elas a Estevão Pereira de Andrade, uma das mais movimentadas do bairro e que serve de passagem para quem segue em direção a Três Corações. Moradores ficaram com água na altura da cintura. Motoristas desviaram o caminho e seguiram na contramão da Avenida Henrique Estrada Duque Mayer.

por Raphael Bittencourt – raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br