Polícia prende suspeito de tentar matar prefeito de Paraty

A justiça decretou a prisão temporária por 30 dias de José Carlos Godoy Bustamante. Ele é acusado pela dupla tentativa de homicídio do prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda (PT-RJ), o Casé, e seu primo, o funcionário público da cidade, Sergio José Miranda, no dia 19 de maio deste ano. O acusado foi surpreendido por agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) no Centro de Paraty, enquanto trabalhava em uma obra.

A investigação ocorreu em parceria com o Grupamento de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro, e a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar. Segundo o promotor do GAECO, Bruno Gaspar, na ação foram cumpridos mais de um mandato. “Ainda não sabemos a motivação do crime e por isso as investigações continuam. Nessa operação conjunta realizamos três mandatos de busca e apreensão e um de prisão temporária. A prisão temporária dele encerra a primeira parte desse caso que só será finalizado quando efetuarmos todas as prisões”, disse o promotor.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Salvadoretti, José Carlos não ofereceu resistência durante a prisão. “Na investigação mandamos agentes disfarçados ao local que confirmaram que ele estaria lá. Ele foi pego de surpresa em um canteiro de obras”, contou Salvadoretti. Ainda segundo o delegado, existe alguém por trás responsável pela ordem do crime. “Nós sabemos que outras pessoas estão envolvidas nesse delito. O caso só será encerrado com a prisão de todos os responsáveis por essa dupla tentativa de homicídio”, contou o delegado.

De acordo com informações da Polícia Civil, José Carlos não possui antecedentes criminais, apenas envolvimento com drogas como usuário. “Ele é pedreiro e não atuou sozinho. Desde o início trabalhamos com a hipótese de que ele tem um mandante”. Para o promotor, ele não teria motivos aparentes para cometer o crime. “Inicialmente ele não aparenta ter nenhum vínculo com o prefeito de Paraty. Ele não aparenta ter motivos para desavenças pessoais com o prefeito de Paraty, mas por ser uma pessoa pública, qualquer coisa que Casé tenha feito em sua gestão que não seja do agrado de alguém, vira um motivo”, complementou o promotor.

A DHBF chegou até o acusado, através de perícia de confrontação de imagens por meio de uma identificação biométrica. “Na perícia ficou contatada que o José Carlos é a mesma pessoa que atirou no prefeito e no seu primo. As investigações continuaram, montamos uma operação e capturamos ele no trabalho”, disse Salvadoretti. Ainda segundo Fábio, foi encontrado na casa de José Carlos tudo o que foi usado no momento do crime. “Encontramos a jaqueta, o boné e o capacete que aparecem nas imagens que registradas no momento do crime. Além disso, encontramos a motocicleta e o capacete”, disse o delegado. O acusado ainda não confessou o crime, mas segundo o delegado, não será necessário devido a tudo o que foi encontrado.

A arma do crime não foi encontrada, a Polícia Civil acredita que tenha sido cedida por traficantes locais que conheciam José Carlos.
Por: Gabriele Souza (Gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)