Guadalajara: despejo de lixo e onda de assaltos na via

Na Avenida Tancredo Neves é assim: O lixo e entulho é retirado e logo depois a sujeira é jogada por populares de forma irregular
Fotos: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje

Sujeira, lixo e entulho despejado irregularmente nas calçadas, falta de conservação, mato alto iluminação pública precária, buracos, excessos de quebra-molas, falta de segurança, além de assaltos seguidos, principalmente nas passarelas que cortam a linha férrea. Esse é o estado da Avenida Tancredo Neves (antiga Guadalajara), entre os bairros de Santa Eugênia e Comendador Soares, em Nova Iguaçu. A via que liga os bairros até o Centro está abandonada.
Além da falta de conservação em toda sua extensão, os frequentes assaltos à mão armada em todas as seis passarelas, também atormentam a vida dos moradores. De uma ponta a outra da Tancredo, o capim cobre o meio fio, o matagal invade a calçada e os restos de obras, móveis, utensílios e outros entulhos dão um toque de requinte no estado precário dos dois lados da avenida. Como se não bastasse, a iluminação publica deficitária facilita os assaltos noturnos. O despejo irregular de lixo e entulho feito por caminhoneiros e populares com carrinhos de mão são constantes.
O drama de quem mora às margens da Avenida Tancredo Neves e dos pedestres que dependem de uma das seis passarelas para fazer a travessia, começa na altura do terminal rodoviário Coderte. O capinzal e o matagal acompanham o meio-fio e a calçada até a entrada de Comendador Soares. Há poucos metros do terminal, a bandidagem aguarda as vítimas, a qualquer hora do dia e da noite, na subida da passarela, na altura no bairro Chacrinha. O mesmo quadro se repete na passarela do bairro da Luz e no viaduto em frente a um supermercado. “Na passarela do mercado, os ladrões tomam as bolsas de compras das pessoas, o celular e o dinheiro que sobrou das compras”, lamenta Júlia Pereira Mota, 47 anos, dizendo que já foi uma das vítimas. “Isso continua acontecendo a toda hora por aqui”, completa.
De acordo com moradores, além da sujeira e do matagal, os assaltos acontecem em todas as passarelas e também nesta passagem sobre a linha férrea (um corte no muro da SuperVia, altura do n° 3.800 da Tancredo Neves), que permite o acesso para o bairro da Luz ou para o Fórum de Nova Iguaçu. “Os ladrões roubam telefone em uma passarela e minutos depois vai vender na outra passarela próxima”, conta Diná Farias, 37 anos. “Eu comprei meu telefone de volta. O moleque me reconheceu e disse, sorrindo, que fazia pela metade do preço pra mim: só cinquentinha (R$ 50,00) pra senhora, tia”, brinca.
Assim, o comércio clandestino de telefone cresce a cada dia nas passarelas da Tancredo Neves. “Minha filha já perdeu dois aparelhos e as compras de mercado nessa passarela do bairro Bandeirantes”, revela Adalgisa Madeira Prata, 40.
Segundo Charles Silva, 49 anos, que mora na Tancredo, próximo à passarela do centro de Comendador Soares, o assalto acontece a toda hora. “As caras começam assaltar às 6 horas da manhã. E é assim do dia todo. Tomam celulares, bolsas das mulheres e carteiras de dinheiro”, comenta o rapaz. Ele disse que “os assaltos também são frequentes no bairro Bandeirante, onde há muito matagal”. E sobre a sujeira, Charles conta que “o caminhão recolhe os entulhos e o morador coloca mais”. Ele pede que a prefeitura de Nova Iguaçu dê um pouco de atenção à rua Alberto Melo, que está cheia de buracos. É uma rua estratégica, que serve para desafogar o trânsito, quando a Tancredo Neves está travada ou interditada”, sugere o morador.

por Davi de Castro
davi.castro@jornalhoje.inf.br

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