Os “miguelitos” na Rua do Lazer Foto: reprodução da internet
A Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, tem mais uma manhã de tiroteio nesta quarta-feira. Moradores usam as redes sociais para comentar a violência na Cidade de Deus. Os confrontos no local têm sido quase diários desde o início do ano. Segundo eles, tiros foram ouvidos, nesta quarta, em diferentes pontos da favela — são citados Caratê, 15 e Apartamentos. Policiais do Batalhão de Choque (BPChq), da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA) estão na comunidade.
“Muito triste mesmo, você não consegue sair para trabalhar e nem todos os empresários entendem o que acontece dentro de uma comunidade. Esta semana nem me lembro mais se algum dia cheguei no horário”.
“Virou rotina. Tá difícil sair pra trabalhar. Só Deus”.
“Estou ouvindo os tiros daqui do meu quarto. Eu moro no Ap A (Apartamentos) da PM”.
“Começou às 06h, na hora que o povo sai para trabalhar. Sufoco para quem precisa sair para o trabalho. Aff!! Tenso”.
“Muitos policiais aqui nos prédios. Mais um dia perdido de trabalho”.
A assessoria de imprensa das Unidades de Polícia Pacificadora confirmou um tiroteio entre agentes da UPP Cidade de Deus e traficantes apenas no Caratê. Em nota, o órgão informou que o confronto começou após os PMs serem alvos de disparos de bandidos naquele local. Não há informações de feridos.
Traficantes da Cidade de Deus denunciam estão fechando ruas e vielas com barreiras feitas com pedaços de trilhos de trem e também “miguelitos” — artefato feito de pregos para furar pneus. Com isso, veículos de entrega não conseguem passar pelas vias bloqueadas. As barreiras teriam sido instaladas por um traficante conhecido como Deco.
Há denúncias de que bandidos cobram pedágio para liberar a circulação dos veículos em pontos onde foram instaladas barreiras. Os bloqueios encontram-se nas ruas Salatiel, do Lazer, Jeremias, Eleazar, José de Arimateia e Jesse. O perfil “Jacarepaguá Notícias – RJ” recebeu fotos de algumas das barreiras feitas por traficantes.
