Estrutura em risco faz prefeitura proibir ônibus e caminhões em viaduto

Agentes de trânsito orientaram motoristas de caminhões sobre rotas alternativas para atravessar a cidade
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

Para evitar riscos de tragédia, por causa da estrutura comprometida, a prefeitura de Nova Iguaçu impediu a tráfego de veículos pesados, como caminhões e ônibus, sobre o viaduto Padre João Musch, que liga a Via Light à Rua Dr.Mário Guimarães, do outro lado da cidade. A proibição começou na segunda-feira (5) e permanecerá até que a Secretaria de Obras faça a restauração da estrutura. O viaduto está com profundas rachaduras, ferragem exposta e alças de pedestres escoradas por andaimes.
Para orientar os motoristas sobre a proibição de tráfego pelo viaduto, a Secretaria de Trânsito designou equipes de agentes nas cabeceiras da pista, desde a manhã de segunda-feira (5). Quem vem pela via Light e pretende atravessar a cidade, é orientado a passar pela pista ao lado direito do viaduto, seguir à direita pela Avenida Amaral Peixoto, entrar pela via Light novamente, sentido Estrada de Madureira, e seguir pelo viaduto Dom Adriano Hipólito, próximo ao bairro da Chacrinha.
A outra opção é passar pela lateral do viaduto, contornar à direita e depois à esquerda, seguindo pela Avenida Marechal Floriano Peixoto até a Praça Santos Dumont. Em seguida, entrar à esquerda da praça, para subir o viaduto do Caonze e, assim, atravessar para outro lado da cidade. O desvio continuará até que a prefeitura inicie e conclua as obras de reforma – já que a portaria 33/2018 não informa a data de início e término do serviço.

Estrutura do viaduto está em ruínas

Rachaduras na passagem destinada aos pedestres expõem o risco de desabamento
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

Há vários anos que a estrutura o viaduto está comprometida. Em uma série de reportagens feitas no ano passado e também este ano, o Jornal de Hoje mostrou que o viaduto Padre João Musch nunca passou por obras de reforma, desde que foi construído, há 50 anos, pelo então governador do estado do Rio, Geremias Fontes. A pista apresenta rachaduras, por consequência do afastamento das juntas que estão cedendo. A situação é tão arriscada que, pelas brechas da estrutura, quem está embaixo pode ver o céu e quem está em cima consegue enxergar a Avenida Amaral Peixoto e Rua Roberto Silveira, que passam por baixo.
Para se ter uma ideia do quanto a obra cinquentenária está em ruínas, basta observar que o corrimão das grades de proteção já se afastou quase 10 centímetros um do outro. E o piso próximo ao vão central do viaduto acompanha o mesmo desnível.

Viaduto em risco de desabamento

Prefeitura colocou andaimes para escorar o viaduto e minimizar perigo
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

Prova de reconhecimento de que a obra está com a estrutura que coloca em risco a vida de pedestres, transeuntes e motoristas, é que a prefeitura colocou quatro andaimes de cada lado, na parte de maiores rachaduras, na intenção de conter o peso do viaduto – que mede mais de 100 metros de extensão. Na mais recente reportagem sobre o assunto (edição de 20 e 21/01), o Jornal de Hoje levou até o local um engenheiro civil com mais de 30 anos de experiência e mais de 40 cursos na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Administração (IBAM).
Eliçon Canuto, ao ver as ferragens expostas e as rachaduras, ficou assustado com a situação: “As juntas de dilatação do viaduto estão comprometidas, acabaram. Elas servem para equilibrar a estrutura e por isso balança. Nesse caso aqui, a junta acabou e a passagem de pedestres coloca em risco a vida de quem passa por ela. Se não for feita uma intervenção de recuperação estrutural, o que nunca foi feito desde a construção do viaduto, ele corre risco de sofrer um colapso total, ou seja, desabar”, afirmara o engenheiro, na ocasião.
>>Prefeitura reconhece riscos – Damião Vaz Pinto, 69 anos, e Adeilson de Oliveira (66) disseram que quando passa caminhão, a viaduto balança muito e por causa disso já caíram pedaços de reboco, danificando veículos estacionados embaixo. Segundo eles, se tivesse caído na cabeça de pessoas, já que o local é movimentado, os danos poderiam ser fatais. Para eles, a escora feita com andaimes não suporta o peso da estrutura.
Na ocasião, a prefeitura disse, através de sua assessoria, que estava desenvolvendo um projeto de revitalização do viaduto e que as obras seriam iniciadas ainda este ano. “Como medida emergencial, a secretaria realizará obras nos pontos mais críticos do local nos próximos dias”, anunciara na época.

por Davi de Castro – davi.castro@jornalhoje.inf.br

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