Moradores da Maré relatam clima tenso

Jeremias jogava bola quando foi baleado Foto: Reprodução

Um dia após uma operação da Polícia Militar na qual o menino Jeremias Moraes, de 13 anos, morreu atingido por uma bala perdida, moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, relatam que o clima permanece tenso na comunidade. Segundo eles, apesar de não ter ocorrido novos confrontos e de não haver movimentação policial, algumas escolas e creches suspenderam as aulas.

“O polo de Escolas da Nova Holanda e o (Ciep) Elis Regina e o (Ciep) Samora (Machel) não vão abrir”.

“Isso aí, o clima tá tenso”.

“As creches também não irão abrir!”

A PM informou que não há operação na Maré nesta quarta-feira. Segundo a corporação, o policiamento segue intensificado nas vias expressas que passam pelas proximidades do conjunto de favelas — as linhas Vermelha e Amarela e a Avenida Brasil.

Jeremias, de 13, jogava bola na rua, no Complexo da Maré, quando foi ferido. Um caveirão da PM, que havia entrado no local em busca de homens que teriam sido sequestrados por traficantes, foi recebido a tiros. A pelada foi interrompida pelo confronto. O menino foi atingido no peito e não chegou vivo ao hospital.

Por causa dos confrontos nesta terça-feira na Maré, as linhas Vermelha e Amarela foram fechadas em alguns trechos. A Avenida Brasil, sentido Zona Oeste, também foi interditada, na altura da favela Vila do João. Motoristas que circulavam pelo local ficaram em pânico por cuasa dos disparos oriundos da comunidade. Muitos deixaram seus carros e se jogaram no chão para tentarem se proteger de balas perdidas.

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