Prêmio Baixada fez Guapimirim respirar Cultura

Após a premiação, a tradicional foto com todos os que contribuíram para o brilhantismo da festa teve organizadores, ganhadores e ‘padrinhos’ numa só sintonia
Danilo Sérgio / Divulgação

No último domingo (4), artistas, instituições, produtores e fazedores culturais da Baixada Fluminense participaram do cerimonial do XVI Prêmio Baixada. A festa, que começou na sexta (2), ocupou a sede do Grêmio Recreativo Musical Guapiense, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, com exposições e apresentações de artistas locais e finalistas ao prêmio. O evento foi realizado pelo Fórum Cultural da Baixada Fluminense em parceria com a prefeitura da cidade.
O jornalista Alberto Aquino conduziu a cerimônia, acompanhado da presidente do Fórum, Claudina Oliveira. Foram 12 contemplados entre os 35 finalistas que disputaram 11 categorias. O prefeito de Guapimirim, Zelito Triguelê; o secretário de Cultura da cidade, Luís Cláudio, e o subsecretário estadual de Cultura, Leo Feijó; foram algumas das autoridades que anunciaram os vencedores.

Claudina: “Temos um profundo sentimento de gratidão aos que apoiam e incentivam a criação e difusão da cultura na região”
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O clima de “encontro entre amigos” evidenciou características que também estavam presentes no trabalho dos candidatos, como a cooperação entre pessoas que produzem atividades culturais na região, e a vontade de desenvolver projetos que multipliquem saberes e ampliem as possibilidades do crescimento do morador baixadense e da cultura regional.
Segundo o professor Gênesis Torres, presidente honorário do Fórum, os participantes têm se dedicado a compartilhar seus conhecimentos, como gaivotas voadoras (em alusão a história de Richard Bach). “Essa é a missão: sair, evoluir e não ficar com os saberes para si. Aprender e retribuir. Percebemos que essa lição está presente no trabalho de todos aqui”, ressaltou.
A preservação também foi um dos pontos mais destacados. Alessandro Ribeiro de Brito, representante da Escola Musical Santa Cecília, ganhadora do prêmio na categoria Patrimônio Cultural, reforçou a a necessidade de manter linguagens que representam o território da Baixada Fluminense, como a banda de música.
Na categoria Responsabilidade Social e Sustentabilidade, Idalina Souza, de Duque de Caxias, conquistou o prêmio por seu trabalho em prol da defesa e valorização das tradições afro-brasileiras. Em um discurso emocionado, falou sobre a invisibilidade social e a desvalorização que sentia na época em que era catadora de materiais recicláveis. O prêmio foi entregue pelo representante da Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu, Geraldo Bastos.

CASAL 10: Alberto Aquino conduziu a cerimônia, ao lado da presidente do Fórum, Claudina Oliveira
Danilo Sérgio / Divulgação

Ao destacar a importância do trabalho da caxiense, Bastou lembrou que, em 2017, mais de 20 terreiros de Candomblé foram roubados e incendiados em Nova Iguaçu. “São essas pessoas que promovem solidariedade na periferia que têm promovido uma cultura de paz nesses lugares. São essas pessoas também que têm sido atacadas por causa da intolerância religiosa e, que, apesar de toda violência, têm resistido”.
Três prêmios especiais também foram concedidos: à Memory Audiovisual, na categoria Economia Criativa; à Orquestra Sinfônica da Baixada, na categoria Música; e à Flutuarte, na categoria Artes Cênicas. Esta última, inclusive, recebeu uma boa notícia: ao longo da cerimônia, o prefeito Zelito anunciou que a prefeitura retomaria a parceria com a companhia no segundo semestre de 2018.
Ao final da premiação, o professor Gênesis fez uma homenagem ao professor Paulo Mainhard, falecido em 2016. Além de ser um dos fundadores do Fórum, Mainhard era coordenador do PINBA (Programa Integrado de Pesquisas e Cooperação Técnica na Baixada Fluminense), da UERJ, que contribuiu para a criação do Fórum. “Mainhard, não era baixadense, mas se dedicou as causas da cultura e a cultura da Baixada Fluminense”.
As instituições que fizeram eventos alusivos ao Dia da Baixada (30 de abril) e os apoiadores do Prêmio também foram homenageados, com certificados. “Temos um profundo sentimento de gratidão aos que apoiam e incentivam a criação e difusão da cultura na região. Essa é uma das nossas missões (do Fórum). Convidamos os presentes para se juntar a nós, porque o Fórum somos todos nós”, finalizou Claudina Oliveira. O corpo de ballet infantil guapiense e a banda Túnel do Tempo encerraram a festa.

Conheça os vencedores desta edição

Doze foram os ganhadores entre 35 finalistas em onze categorias. São eles:
Artes Visuais e Artes Digitais Eletrônicas – Fabiana Kaled; Audiovisual – Flávio Machado; Cidadania – Instituição Espiritualista Oni Lewa Njo; Comunicação em Mídias Interativas – Japeri Online/ Ivan Lima; Literatura – Thiago Kuerques; Música – Irio Lima; Patrimônio Cultural – Sociedade Musical Santa Cecília; Produção Acadêmica – Edileuza Queiroz; Produção Cultural (pessoa física) – Eric Fanuel; Produção Cultural (pessoa jurídica) – Sesi Duque de Caxias; Responsabilidade Social e Sustentabilidade – Idalina Souza e Artes Cênicas – Ru’art.

por Jota Carvalho

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