Moradores da Baixada aprovam chegada das forças de segurança

Barricadas feitas por homens do Exército já podem ser vistas na Baixada, como em alguns pontos de Nova Iguaçu e Mesquita. Ação gera sensação de segurança, segundo população
Fotos: Divulgação / WhatsApp

A chegada das forças de segurança na Baixada Fluminense na tarde da última segunda-feira foi aprovada por moradores de diversas cidades, como Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, São João de Meriti, entre outras. Embora seja apenas o início das operações, a sensação de segurança já rende comentários positivos nas redes sociais.
As forças chegaram ao Rio após decisão do governo federal de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro, onde a violência e o caos tomaram conta do estado, chegando a obrigar o governador Luiz Fernando Pezão a admitir ‘ter perdido o controle’ para combater a criminalidade.
Barricadas feitas por homens do Exército já podem ser vistas em Mesquita, como no bairro BNH, por exemplo, e em alguns pontos de Nova Iguaçu. Eles estão usando caminhões e cones para bloquear ruas. Suspeitos também estão sendo abordados na rua. No Arco Metropolitano, onde há diversos casos de roubos de cargas e até mesmo de placas solares de postes de iluminação, tropas já começaram a se mobilizar para reforçar a segurança do local, que é bastante deserto, principalmente durante à noite.
“Essa medida não vai resolver o problema, mas vai amenizar  bastante a questão da segurança, pois não podemos viver desse jeito. Não há como sequer sair nas ruas. É assalto para todo o lado. Se fizerem um trabalho integrado com as polícias Militar e Civil, a tendência é que a violência diminua bastante. Só ao avistar um caminhão do Exército próximo da minha casa já me tranquiliza um pouco”, comentou um morador do bairro BNH, em Mesquita, que não quis se identificar.
Alguns estão preocupados com a possibilidade de bandidos oriundos de favelas do Rio, migrem para comunidades da Baixada, como na Chatuba, em Mesquita, e regiões perigosas que ficam no corredor da Estrada de Madureira, como Grão Pará e Jardim Nova Era, em Nova Iguaçu, após intervenção federal na segurança pública no Rio.
“Meu medo é este: que criminosos de favelas do Rio, como Maré, Alemão, e Chapadão e Pedreira, que são comunidades próximas da Baixada, venham fugidos para algumas regiões daqui. A Baixada também deve ter o reforço da tropa do Exército, pois se não, a violência vai continuar”, lembrou o motorista Paulo Cesar Costa, morador do bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu.
Especialista em Segurança Pública, o coronel Paulo César Lopes, considerado ‘linha-dura’, disse que dificilmente os bandidos vão migrar para a Baixada, pois a região também terá ações do Exército.
“A Baixada, que vem apresentando indicadores de criminalidade elevadíssima também será objeto de reforço. Haverá intensificação de ações de polícia ostensiva. Vai promover uma redução dos indicadores de criminalidade. A intervenção não é local, abrange todo o território do estado do Rio. Não existe a possibilidade desta migração para a região”, destacou Lopes.

Decreto foi aprovado durante madrugada

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada de ontem, o decreto que autoriza a intervenção federal na segurança pública do Rio. O texto foi aprovado por 340 votos a favor, 72 contra e uma abstenção, deputado Newton Cardoso Jr, do PMDB de Minas Gerais. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não votou por conta do cargo que ocupa e quatro parlamentares estiveram ausentes na votação final.
Dos 46 deputados fluminenses, 9 votaram contra a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. São eles: Jandira Feghali (PCdoB), Celso Pansera (PMDB), Chico Alencar (PSOL), Glauber Braga (PSOL), Jean Wyllys (PSOL), Benedita da Silva (PT), Luiz Sérgio (PT), Wadih Damous (PT), e Alessandro Molon (Rede).
A matéria agora precisa ser aprovada pelo Senado, que se reuniu na noite de ontem para votar o decreto. A intervenção já está em vigor desde a última sexta-feira, quando o decreto foi assinado pelo presidente da República, Michel Temer. No entanto, para continuar valendo, tem que ser aprovado pelo Congresso Nacional.

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