Exército faz varredura com cães farejadores em presídio de Japeri

Veículos das Forças Armadas na entrada do Presídio Milton Dias Moreira, em Japeri Foto: reprodução

O presídio Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, é alvo de uma operação das Forças Armadas e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) na manhã desta quarta-feira. Segundo a secretaria, o ação acontece dentro do decreto presidencial de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), para ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, assinado em 28 de julho de 2017. O objetivo da varredura é apreender materiais ilícitos ou cuja posse não seja autorizada.

As Forças Armadas vão empregar cães farejadores e militares especialistas em detecção de metais. Os agentes da Seap vão vasculhar as celas.

Segundo a Seap, os militares em nenhum momento terão contato com os presos, que serão retirados das celas pelos agentes penitenciários, à medida que os pavilhões forem sendo inspecionados.

No Comando Militar do Leste (CML), no Centro, representantes das instituições envolvidas na operação vão acompanhar e orientar os desdobramentos.

No último domingo, detentos do presídio Milton Dias Moreira, em Japeri, fizeram 18 reféns (sendo oito agentes penitenciários e dez internos) durante rebelião. Após horas de negocião, todos foram liberados, e a polícia apreendeu duas pistolas, um revólver, uma granada, além de uma lanterna. Os agentes do Grupo de Intervenção Tática (GIT) fizeram revista nas celas e o conferiu dos presos. A represália começou na tarde de domingo, depois de uma tentativa frustrada de fuga de detentos armados. Equipes dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) foram enviadas para a unidade, que abriga 2.051 internos.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra detentos, muitos deles cobrindo os rostos com camisas brancas, durante a rebelião dentro do presídio.

Durante a represália, três presos ficaram feridos numa troca de tiros com policiais.

A crise no sistema carcerário representa o primeiro grande desafio da intervenção federal no Rio, que, decretada na sexta-feira, é conduzida pelo general Walter Braga Netto, responsável pelo Comando Militar do Leste.

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Segurança será mais intensa

 

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, determinou a intensificação na segurança dos presídios federais para reduzir ao máximo os riscos de troca de mensagens entre presos e cúmplices que estão soltos. A ideia é impedir que líderes tentem, de dentro dos presídios, comandar algum tipo de reação contra a intervenção das tropas federais no Rio de Janeiro. Segundo um auxiliar do ministro, a ordem de ampliar o monitoramento dos presídios do governo federal já está em vigor desde o anúncio da intervenção, na semana passada. No último fim de semana, o ministro havia declarado que, por conta da intervenção, eram esperadas reações no presídios e que o sistema federal entraria em alerta.

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