As defesas mentais do homem

*Carlos B. González Pecotche

Nunca, como nos tempos atuais, tem sido tão necessário, útil e instrutivo o conhecimento das defesas mentais que cada indivíduo pode instituir à vontade, para preservar-se dos males que constantemente ameaçam sua integridade física, moral e espiritual. Males que, na maioria dos casos, terminam por submetê-lo a vontades alheias, influências de ambientes, sejam políticos, religiosos, ideológicos ou de qualquer outra índole. Mas ainda, esse desconhecimento, que o impede de estabelecer suas próprias defesas mentais, torna o homem inseguro, temeroso e vacilante diante de cada situação das tantas que se promovem no curso da vida.
O quadro que estamos apresentando mostra, com clara e reiterada frequência, de que um ser nessas condições carece de recursos mentais para encarar com decisão, segurança e valentia cada ato, problema ou situação que lhe exija soluções ou resoluções imediatas. Como pode desenvolver-se a vida de um homem em semelhantes condições? Que autoridade possui suas opiniões ou sua palavra se a tem alienada ou subordinada a outras opiniões? Acaso não é este o fator decisivo, a causa real de que uma enorme quantidade de seres se entreguem indefesos e permaneçam absorvidos pela massa, essa massa que os aglutina em ideologias exóticas ou na dialética fascinante da demagogia? Duvidar seria cair em uma temerária ingenuidade, ou dar as costas a um fato reiterado, que haverá de golpear duramente o destino do indiferente. (…)
O desamparo mental começa a experimentar-se na infância, segue na juventude e continua na idade adulta. Nunca houve na idade escolar, no ciclo médio, nem nas universidades, ensinamento algum que instruísse o homem desde tenra idade sobre a forma de resguardar sua integridade psicológica, mental e moral. Não lhe foi ensinado a buscar e encontrar os recursos imponderáveis que sua mente contém e, de modo especial, a conhecer o uso de suas defesas mentais. Se houvesse sido instituída essa preparação no ensino comum, a humanidade não teria chegado à encruzilhada lamentável e perigosa em que hoje se encontra. Tem existido, não resta dúvida, uma injustificável indiferença nos responsáveis pela condução docente, ou melhor, um desconhecimento absoluto das possibilidades humanas a respeito de suas próprias defesas mentais. (…)
O certo é que não se tem examinado esta questão com a devida seriedade e consciência de sua vital importância. De nossa parte, julgamos um dever justificar, de certo modo, esse desentendimento de educadores e pais de família, porquanto eles mesmos, em número considerável, foram submetidos em sua época a procedimentos similares. Portanto, como descobrir nos filhos ou alunos essa particularidade, incrustada previamente em suas próprias vidas. É lógico que, para poder observar com liberdade de juízo a anomalia que assinalamos, se deve eliminar antes a trava que o impede, coisa bastante difícil naqueles que nem sequer suspeitam da existência em si mesmo, de semelhante impedimento.
Destaque: “O desamparo mental começa a experimentar-se na infância, segue na juventude e continua na idade adulta”.

*Autor da Logosofia: Carlos B. González Pecotche. Centro de Difusão e Informação de Logosofia de Nova Iguaçu – CDIL – NI

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