Lindoso está engasgado com o Flamengo

Volante do Botafogo criticou a quantidade de clássicos disputados no Estadual

Destaque contra a Cabofriense, o volante Rodrigo Lindoso chamou atenção ontem pela posicionamento contundente com o microfone na mão. Perguntado diversas vezes sobre o Flamengo, adversário do próximo sábado, no Nilton Santos, ele abordou o clássico, mas repetidamente criticou o fato de a competição ser recheada de jogos entre arquirrivais.
“Apesar do formato da competição, que é meio estranho e eu não concordo… Esses clássicos no meio do campeonato tiram um pouco a motivação. Eles já estão na semifinal do geral, mas clássico é clássico, e a gente que vencer.”
E uma eventual derrota do Flamengo ontem, contra o River Plate, pela Libertadores, poderia influenciar no lado psicológico do rival? Lindoso disse não saber responder, mas voltou a falar do formato do Carioca.
“Se eles tiverem um revés ou empate, pelo fato de o mando ser deles… A casa não é deles, mas o mando é deles. Um resultado negativo acaba gerando alguma coisa. Volto ao modo de disputa. Eles podem se dar ao luxo de perder e não chegar a uma semifinal de turno, porque já estão lá na semifinal na frente. Não sei dizer se vai ter pressão. É parte deles, mas sem dúvida eles querem vencer a gente”, afirmou, emendando:
“Ninguém quer perder. É clássico. Daqui a 10, 20 anos, sempre fica marcado. Se a gente tivesse ganhado (na semifinal), ia querer ganhar de novo. Quer ganhar sempre. A gente quer dar essa forra para a nossa torcida. Ter primeira vitória em clássico seria bom. Está um pouco engasgado sim.”
Confira outros tópicos da entrevista:
Vai assistir ao jogo entre Flamengo e River Plate?
Questão de ver o jogo acho que é opção pessoal, tem gente que não gosta de ver futebol. Se tiver oportunidade, posso ver um pouco, não vou garantir, até porque a gente tem um pessoal da análise bom. Eles vão passar as coisas para nós durante a semana.
Cada jogo muda a estratégia, das duas partes, mas acho que ver o jogo não faz diferença porque acho que vão criar outra coisa para ver diferente.
Flamengo mandante no campo do Botafogo
Fiquei feliz pelo fato de o jogo ser aqui na capital e não fazer grandes viagens. É curioso o mando ser deles e jogar na nossa casa. Mas, para nós, é bom. Mais um clássico, mais um jogo disputado, como tem sido. Esse fator a gente pode utilizar um pouco.
Confiança para o clássico
É o terceiro clássico do ano, a gente sabe que no estadual a gente vai ter uns 15 clássicos (risos). Temos que buscar mais uma vitória, pode ser a terceira consecutiva. Com essa disputa contra o grupo rival, a gente tem duas vitórias e tá em quarto ou terceiro. Tem uma importância muito grande esse jogo.
Poucas chances com Conceição
Momento complicado, eu vinha treinando forte, como sempre fiz. Era opção do ex-treinador que estava aqui, respeito e continuei fazendo o meu. Quando Alberto chegou, tivemos pequena conversa, e ele disse para eu não deixar cair. Segui fazendo meu trabalho forte, e ele me deu a oportunidade.
Postura
Procuro me dedicar ao máximo, crescer individualmente, creio que a equipe vem evoluindo bastante. Nos últimos dois jogos, o placar foi de um gol de diferença, mas tivemos bom domínio. Acho que Gatito não precisou fazer nenhuma defesa difícil. Agradeço a ele, aos companheiros, e quero evoluir sempre.
Como Valentim tem se relacionado com o grupo e o que ele pede?
Posso citar uma coisa que ele cobra da gente: a concentração. Eu estou desde 2015, era o jogador que mais tinha tempo de clube no último jogo. Ele elogiou bastante em relação à atenção que damos aos treinos e ao entendimento que temos do que ele pede nos trabalhos. Não é no segundo, terceiro ou quarto jogo em que estaremos alinhados. Sempre teremos evolução, mesmo que pequena.
Valentim evita análises individuais
A gente tem nossas coisas que ele cobra. Se eu falar tudo, posso dar alguma informação do que ele cobra mais. Mas ele cobra no geral. Ele nunca elogia individualmente um jogador. Se eu faço quatro ou cinco roubadas de bola, talvez a pressão de um companheiro me facilitou. Aí eu ganho o mérito que não é justo. Eu sempre prezo pelo coletivo do time.
Faltou diálogo com Conceição quando estava fora?
Vou responder. É antiético falar o que aconteceu. Nenhum momento deixei de fazer as coisas, nunca cheguei atrasado em treinos. Minha entrega vocês têm. Corro e me dedico muito.
Sempre demonstrei isso nos trabalhos, vocês têm os números. Quem fez a primeira partida contra o Nova Iguaçu e ter uma quilometragem de quase 12 km percorridos demonstra o quanto vinha treinando forte
É mais escolha pessoal, claro que a gente quer sempre estar jogando, mas respeitei a posição do treinador. Tinha que ver o que eu não estava fazendo, mas foi questão muito dele. Sempre fiz o mesmo, esperei oportunidade.
Encerra explicando por que é contrário ao formato do estadual
Comentário que faço é parecido quando me perguntaram sobre árbitro de vídeo. Não sou a favor, porque em campo todo mundo erra, arbitro é ser humano, tem direito de errar.
O futebol é pausado com dois ou três minutos. Não sou a favor. Ano passado aconteceu o fato de botar árbitro de vídeo na semifinal da Libertadores, depois do jogo com o Grêmio. Tivemos pênalti claro aqui em casa. Se tivesse o árbitro de vídeo, podia dar o pênalti.
Modo de disputa do estadual eu não gosto, mas pela seguinte situação: a torcida espera o clássico, mas ela vê que tem esse e vai ter outro lá na frente, quando na verdade o interesse dessas pessoas que fazem o campeonato é que tenha mais clássicos.
Por outro lado, não tem torcida, sabem que na frente vai ter um, dois ou três clássicos, mas é opinião minha. Não estou fazendo nenhuma polêmica, mas é minha opinião.

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