Escolas do Bairro da Luz vivem realidades bem diferentes

Apesar das escolas serem próximas uma da outra, a realidade de cada uma delas está bem distante, quando o assunto trata da higiene, da limpeza e de cuidados públicos
Fotos: Davi de Castro

Dois estabelecimentos de ensino no Bairro da Luz, em Nova Iguaçu, são iguais na forma de construção e na filosofia de ensino, além de ter a mesma quantidade de alunos. No entanto, apesar das escolas serem próximas uma da outra, a realidade de cada uma delas está bem distante, quando o assunto trata da higiene, da limpeza e de cuidados públicos. No Ciep 022, da prefeitura de Nova Iguaçu, que tem o nome de Getúlio Vargas, os alunos estão cercados pela lama, mato, cobras e mau cheiro provocado pelos detritos trazidos pelas chuvas e o alagamento de um metro dentro da escola. E no Ciep 330, chamado de Alberto Pasqualini, administrado pelo estado, tudo é limpo e bem cuidado.
Logo na entrada do Brizolão 022, que leva o nome de Alberto Pasqualini, pela rua Ernani Pereira, quem chega ao portão é recepcionado com uma montanha de sacos de lixo e detritos. Do lado de dentro da escola, que, há nove anos, pertence à prefeitura de Nova Iguaçu, o aspecto é ainda mais estarrecedor, pela quantidade de mato que toma conta das laterais do estabelecimento e invade o pátio, impedindo o lazer dos alunos. Além disso, toda área que deveria ser destinada à recreação das turmas, está tomada por um matagal de mais de um metro de altura. Às margens do pátio, e entorno do Ciep, é tomado por um grande pântano e lamaçal, tudo provocado pelo alagamento durante as chuvas. “Tudo aqui que o senhor está vendo, moço, é invadido pela água”, diz Jane Manso, 49 anos, mãe da aluna Vitória (14), que cursa o 9º ano. “Aqui dentro, a água chega a quase um metro de altura. Por isso, quando chove, nem deixo a minha filha vir à aula”, completa. Apesar da situação, os alunos elogiaram a direção da escola, os professores e a alimentação. “A comida aqui é boa”, disse uma aluna.
Um metro de água dentro da escola

A diretora adjunta do estabelecimento, Kátia Cristina, 45 anos, disse o que o Ciep precisa. “A escola aqui precisa de um milagre, para acabar com os alagamentos, fazer a capina do matagal e melhorar a iluminação, que está muito precária. O prédio é muito antigo e também precisa de uma reforma, pois quando chove aparece vazamento dentro da escola”, lamenta. E acrescenta, evitando críticas ao governo municipal: “O prefeito (Rogério Lisboa) já visitou a escola e tomou algumas providências. Agora estamos precisando novamente”, comenta. Sobre a falta de segurança no local, já que a escola tem aproximadamente mil alunos e trabalha pela manhã, tarde e noite, ela disse que “dá pra levar”. Porém, uma professora interferiu, dizendo. “Hoje a gente só tem medo das cobras”.

Brizolão limpo, sem lama ou mato

Já na Rua Érbio Chernicharo, em frente ao nº 1319, se encontra o Ciep 330, que tem o nome de Alberto Pasqualini, há aproximadamente 200 metros do Ciep 022. Apesar de tão próximos, apresenta uma realidade completamente diferente, quando se trata de higiene e limpeza e cuidados públicos. Ao contrário do Ciep 022, este é administrado pelo estado e tem a mesma quantidade de alunos, ou seja, perto de mil nos três turnos. As laterais do estabelecimento estão cuidadas, limpas e não há matagal, lama ou alagamento. Segundo alguns alunos, ”os professores são bons e a comida é boa”. A diretora Maristela Lírio, 55 anos, contou que tem apenas dois funcionários para cuidar da limpeza do Ciep.
Entretanto, ao lado do Brizolão Pasqualini, a realidade muda novamente: a Casa da Criança está quase totalmente coberto pelo matagal. O painel de lona que anunciava os serviços prestados pela instituição fora destruída pelo tempo e o portão enferrujado está lacrado a corrente.

por Davi de Castro
davi.castro@jornalhoje.inf.br

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