Abelão assume culpa por derrota do Fluminense

Treinador Tricolor defendeu Marlos Freitas das vaias da torcida. Volante entrou no lugar de Sornoza e perdeu bola que originou gol da virada do Avaí
Lucas Merçon/Fluminense F. C

Após oito jogos invictos, sendo três goleadas seguidas, o Fluminense foi batido pelo o Avaí por 2 a 1 na noite desta quinta-feira, no Nilton Santos, pelo jogo de ida da 3ª fase da Copa do Brasil. Na visão de Abel Braga, o time Tricolor não conseguiu repetir as boas atuações coletivas das partidas anteriores.
“Não fizemos um bom jogo, reconheço isso. A responsabilidade é toda minha. Sentimos no segundo tempo que a equipe foi muito abaixo. É o cansaço natural. Alguns jogadores foram muito abaixo. Nos últimos jogos, com o coletivo bem, alguns jogadores cresciam individualmente. Hoje o coletivo não funcionou. Eu me responsabilizo”, explicou.
Uma das alterações do treinador acabou sendo crucial para o revés. Aos 25 minutos do 2º tempo, quando a partida estava 1 a 1, Abel sacou o meia Sornoza e colocou o volante Marlon Freitas. Com a saída de seu principal armador, o time perdeu o meio de campo. Além disso, minutos depois, o jovem jogador errou uma saída de bola que gerou o gol da virada catarinense.
“Quatro, cinco, seis jogadores tiveram muito abaixo do normal. O Júnior (Sornoza) foi um deles. Ele vinha em um momento excelente, participando de muitos gols, mas hoje não fez um bom jogo. Quando não está fazendo um bom jogo, eu tenho que tentar mudar. A bola estava passando muito na área e só o Pedro estava entrando. Meu intuito ali era ter chegada na área. O Robinho estava fechando pouco, o Marcos Jr. estava fechando pouco, e aí ficava pesado para o Pedro. O Marlon Freitas tem uma característica de entrada na área. Eu o coloquei, ele errou uma bola e saiu o segundo gol”, explicou.
A torcida não perdoou. Vaiava cada vez que Marlon Freitas pegava na bola. Abel assumiu a responsabilidade pela derrota e defendeu o jogador das vaias.
“É difícil para ele. Entrou em campo e sem tocar na bola já estava sendo vaiado. Podia ter recebido incentivo. Mas o maior responsável sou eu. Eu mexi com intuito de melhorar o que não estava bom, inclusive, mudando a forma de jogar da equipe.”
Com a derrota na primeira partida da terceira fase, o Tricolor precisa ganhar por dois gols de diferença, no dia 15, na Ressacada, para avançar na competição. Caso vença por um gol, a classificação será decidida nos pênaltis. Para a partida de volta, o treinador não poderá contar com Renato Chaves, suspenso. No domingo, a atenção retorna ao Carioca. O Volta Redonda é o adversário em Los Larios.

>>Confira mais declarações de Abel Braga:
>>Desvantagem para jogo de volta
Nós temos que ter consciência que não está liquidado. Eles poderiam ter liquidado em dois ou três contra-ataques. Não aconteceu. Continua em aberto. Quando chegar o momento deste jogo, vamos pensar o que será melhor.

>>Haverá mudanças?
Não vamos mudar absolutamente nada do que nós temos feito. Vamos continuar com a mesma humildade, a mesma que tivemos depois da vitória no clássico. Se formos jogar tudo no lixo que fizemos até agora, não valeu a pena nada. Continuo a acreditar nos nossos jogadores, vamos levantar a moral deles.

>>”Não faltou empenho”
Os jogadores saíram exaustos, de tanto correr, de tanto lutar, de tanto buscar um resultado melhor. Sabíamos que isso aconteceria em algum momento. Não faltou empenho.

>>Presença da torcida
O que eu mais lamento de tudo é que perdemos justamente hoje, quando tivemos uma presença maior de torcedores. Um bom resultado faria com que o público viesse a aumentar gradativamente. Mas hoje não foi possível.

>>Méritos do adversário
Tivemos um começo de jogo bom, mas não soubemos segurar a bola. Tivemos dificuldade nessa linha de seis. Claro que quando você perde, há deméritos. Mas hoje teve muita virtude do adversário. Estava muito bem armado. Uma equipe não consegue jogar quando a outra não deixa jogar. E o Avaí nos causou sérios problemas. Quantas vezes rodávamos a bola, não conseguíamos a penetração e aí vinha o erro de passe e o contra-ataque.

>>Vaias a Marlon Freitas
Abala, não tenha dúvidas, por ser um jovem. O que o Marlon Freitas tinha feito de errado até hoje? Nada. Teve é uma responsabilidade muito grande ao ajudar o time no ano passado em um momento muito difícil da equipe. Não entendi o porquê. A torcida podia incentivar o garoto.
O torcedor é soberano. Ele incentiva, ele vaia. Temos que agradá-los com vitórias. Eu achava que deveria haver incentivo. Se não aconteceu, não sou eu que vou dizer o que o torcedor tem que fazer.

>>Por que não o Luquinhas
Eu tinha o Marlon Freitas, como tinha o Luquinhas. Mas o Luquinhas não joga não sei há quanto tempo. No ano passado, quando ele entrou contra o Atlético-MG, machucou no primeiro lance. Não joga, então, desde quando era do Samorin. Era complicado usar um jogador que há sete, oito meses não joga.

>>Chave da torcida virou muito rápido?
Vamos passar o ano inteiro sem perder, sem sofrer gol? Uma hora ia acontecer. Não gostaríamos, lutamos para que não acontecesse, mas aconteceu hoje.

>>Desgaste
Já está havendo um desgaste grande em alguns, temos que pensar bem para o jogo de domingo, depois vem clássico. Esses dois jogos decidem a classifciação da Taça Rio.

>>Objetivos para 2018
Que vai chegar jogador, isso é óbvio. Mas o objetivo de um time como o Fluminense, tendo o grupo recheado de craques ou não, é procurar vencer sempre.

>>Confiança
Confio plenamente nos meus jogadores, confio muito e estou muito orgulhoso no que foi feito até hoje. Temos muita consciência do que podemos fazer, do que podemos melhorar. Sábado passado ganhamos de 4 a 0 e eu continuei dizendo que tínhamos que melhorar.
*Globoesporte.com

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