A fila de viaturas policiais na porta do Legislativo mesquitense atraiu muita gente durante a manhã de ontem. Ministério Público também esteve lá
Reprodução da Internet

Câmara de Vereadores de Mesquita vira caso de polícia. Vários agentes da Delegacia de Polícia Fazendária (Delfaz) e representantes do Ministério Público Estadual (MPE) deram uma ‘batida’, ontem (6) pela manhã, na sede do Poder Legislativo, situado no centro do município. Vários documentos foram apreendidos. O alvo da operação de busca e apreensão são os vereadores Marcelo Santos Rosa, o Marcelo Biriba, presidente da Casa, e seu vice, Amaury Trindade, além de servidores. Os dois são acusados de associação criminosa, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. A ação começou às 7h e terminou por volta de meio-dia.
>> Prisões não foram confirmadas – Os agentes chegaram cedo, às 7 da manhã na Câmara de Vereadores, onde permaneceram até meio-dia, enquanto as viaturas policiais ficaram estacionadas em frente ao prédio, chamando a atenção de quem passava pela rua Mister Watkins, s/nº. A equipe vasculhou vários setores da Câmara, de onde teria apreendido muitos documentos. A casa dos acusados também teria sido vasculhada. O comentário da ação dos policiais e promotores de justiça do estado se espalhou pela cidade. Dezenas de pessoas se aglomeraram em frente à Câmara para se certificar do que estava acontecendo.
Os boatos de que Biriba e Amaury teriam sido presos e levados para a Cidade da Policia ou para a Delegacia Fazendária, não foram confirmados. Jornalistas permaneceram no local até a saída dos policiais, mas nenhum deles deu declamações à imprensa. Uma fonte da Policia Civil disse que muitos documentos foram apreendidos e que esta foi a primeira vez em que uma ação da Fazendária acontece em conjunto como Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual.

Presidente da Câmara, Marcelo Biriba, é o principal alvo das investigações
Divulgação / CMM

>> Suspeita de fraudes em licitações – As investigações levantam suspeitas de que um esquema de fraude com empresas que seriam usadas com a finalidade de emitir notas fiscais de pagamentos de serviços contratados pela Câmara Municipal e não executados. Exemplo disso teria sido a construção de um estacionamento para o Poder Legislativo, do qual vereadores não tinha conhecimento, segundo destaca Marcel ‘Taí Gostei’. De acordo com fontes da polícia, isso leva a crer na hipótese de empresas e obras fantasmas.
Também há informações de que os investigadores detectaram que duas empresas envolvidas no escândalo, foram vencedores de licitações realizadas pela Câmara de Vereadores, em 2017, sem que houvesse concorrentes. E que seus endereços não existiam nos locais citados no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
>> Muitos escândalos – Desde a instalação da Câmara Municipal de Mesquita, no ano 2000, que a sede do Poder Legislativo não tinha sido alvo de tantos escândalos envolvendo parlamentares. Marcelo Biriba, presidente do Poder, é o principal alvo de desmandos administrativos. No contexto, também estaria inserido o vice-presidente Amaury Trindade, que é policial militar, além de Fábio de Brito, presidente da Comissão de Licitação, e ainda os representantes legais das empresas LW Comércio e Serviços de Refrigeração e PC Araújo Informática-ME.

por Davi de Almeida Castro
davi.castro@jornalhoje.inf.br