Potencial turístico desperdiçado pela prefeitura de Nova Iguaçu

Os quatro quilômetros de extensão da estrada de chão Antônio Quintela são uma inesgotável fonte de poeira, nos dias de sol; e de lama, buracos e muitos atoleiros nos dias de chuva
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

O Plano Estratégico do Turismo da Baixada Verde já saiu do papel e pretende alavancar a economia de dez cidades fluminenses através do turismo. O projeto, produzido pelo governo do estado, tem como meta usar os recursos naturais da região, de forma eficiente. E, desse modo, colocar os municípios envolvidos no ranking das regiões turísticas mais visitadas do estado do Rio de Janeiro.
Entretanto, enquanto o estado se esforça para criar fontes de reforço para a economia das 10 cidades, dentre elas Nova Iguaçu, o governo municipal se coloca na contramão do projeto, deixando abandonada no mato e na lama, regiões como Adrianópolis, uma área de quase 5 mil habitantes e de grande potencial turístico. Lá, são 33,4 km de área, com cachoeiras, cascatas, nascentes, rios e piscinas naturais.
A extensa região cheia de verde, situada às margens da Estrada Antônio Quintela e da Professor Paulinho Chaves. Elas são a continuação da Estrada de Adrianópolis e retratam bem o estado de abandono da localidade, além do desperdício de potencial turístico e, consequentemente, de economia para a cidade de Nova Iguaçu. Os quatro quilômetros de extensão da estrada de chão Antônio Quintela são uma inesgotável fonte de poeira, nos dias de sol; e de lama, buracos e muitos atoleiros nos dias de chuva. Nestes dias chuvosos, as dificuldades são enormes para quem tenta chegar à pé ou de carro ao Universo em Desencanto ou à Associação dos Taifeiros da Armada (ATA), sede campestre de 25 mil metros quadrados, com casas, quitinetes, salão de festas, churrasqueiras, cachoeiras e piscinas naturais, destinada ao lazer do pessoal da Marinha do Brasil e seus familiares. “Passar aqui é um ofício de quem procura tranquilidade, diversão e lazer com a família”, consola-se o Josemar Ferreira, 47 anos.

Prefeitura não investe em nada

Leila Rodrigues, do Universo em Desencanto, luta por providências para acabar com a poeira e o lamaçal
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

Às margens desse caminho de chão empoeirado ou enlameado, uma imensa área verde a se perder de vista. E entre esse verde se concentram várias áreas de lazer, com piscinas naturais, exploradas como turismo para quem buscar alegria, sossego e paz, longe dos violentos e problemáticos centros urbanos. “Apesar do potencial turístico dessa região, a prefeitura não investe nada por aqui. Essa estrada não tem iluminação, a maioria das ruas da região está às escuras, pois de nós aqui só o voto é importante”, comenta seu Maurino José Santana, 72 anos, enquanto aguardava, há mais de uma hora, um ônibus no ponto, com destino a Nova Iguaçu. Ainda com extrema paciência, evitando qualquer tipo de crítica ao prefeito Rogerio Lisboa, mas com o olhar de quem tem muita pressa, Leila Rodrigues, do Universo em Desencanto, espera providências para o péssimo estado em que se encontra a estrada Antônio Quintela.
>>Pena das crianças – Para Maria Paula Garrido, 40 anos, é muito triste ver as crianças levando banho de poeira quando vão á pela estrada, com destino á escola. “Da mesma forma, quando voltam pisando pelo meio da lama, com a roupa suja de barro. É de doer o coração”, emociona-se. “Uma área dessas, onde a prefeitura deveria investir no turismo, melhorar a qualidade dos serviços púbicos da região e, assim, aumentar a fonte de renda da cidade, além de abrir o mercado de trabalho, ninguém faz nada”, critica o comerciante Jovino Pereira, 65 anos, barraqueiro que trabalha à beira das estradas da localidade.

Área de grande potencial turístico
A localidade de Adrianópolis está situada na Unidade Regional de Governo (URG) do bairro Tinguá, junto com Jaceruba, Rio D’Ouro, Montevidéu, incluindo a inda a Reserva Biológica de Tinguá (Rebio-Tinguá) e compreende uma área total de 253.294 metros quadrados. A área é formada por um misto de zona urbana com zona rural, cercada de verde por todos os lados, com uma população de mais de 10 mil habitantes (IBGE-2010,deveria está impulsionando o turismo, já que Nova Iguaçu está inserida no Projeto Baixada Verde, junto com Queimados, Duque de Caxias,Japeri,Mesquita, João de Meriti, Seropédica e Belford Roxo.
A região de Tinguá ganha destaque neste contexto, pois já tem como maior fonte de renda, um comércio com bares, restaurantes, lanchonetes e várias piscinas naturais, onde moradores das mais variadas regiões buscam saúde e lazer, principalmente nos finais de semana. “Apesar dessa riqueza toda, desse potencial turístico, a prefeitura não dá importância e os prefeitos não tem olhos para o futuro, para o mercado de trabalho ou fortalecimento da economia da região”, sinaliza o advogado Miguel dos Anjos Portela, 45 anos.

por Davi de Castro – davi.castro@jornalhoje.inf.br

error: Conteúdo protegido !!