Proibição de vans em estacionamento revolta motoristas e passageiros

O estacionamento teve seu uso proibido para vans do transporte alternativo quatro dias após renovação de contrato
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

O fechamento de um estacionamento de vans, no centro de Nova Iguaçu, causou revolta entre motoristas e passageiros. O local era usado como ponto de embarque e desembarque de usuários da linha Nova Iguaçu-Prados Verdes. Um abaixo-assinado contendo duas mil assinaturas, pedindo o ponto de volta, não foi recebido pela prefeitura.
A chegada do pessoal da fiscalização à Rua Carmine Papaléo Montoro, 31, no Centro, onde funcionava o estacionamento, pegou todos de surpresa, já que não houve nenhum aviso prévio e nem notificação. Sem o movimento de vans e de passageiros as vendas do comércio local despencaram e os assaltos a pessoas na rua se tornaram constantes de dia e de noite.

O presidente da coorperativa, Hélio Nonato de Jesus, exibe alvará de licença para estabelecimento e contrato de locação
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

O presidente da coorperativa de vans, Hélio Nonato de Jesus, 54 anos, disse que o local é alugado por R$ 2 mil mensais e que o contrato fora renovado, no dia 2 de março, por mais cinco anos. “Quatro dias depois, ou seja, no dia 6, o grupo da secretaria de transportes chegou ao local dizendo que as vans não poderiam mais permanecer ali. Eles não deram aviso prévio, ou seja, não deram notificação, pegando motoristas e passageiros de surpresa”, questiona Hélio. De acordo com ele, terá de alugar novo local e continuar pagando o valor do contrato de onde foram proibidos de funcionar.
Silvana Germando da Silva, 40 anos, secretária da cooperativa, acrescentou que fez várias tentativas de negociação com o prefeito e a Secretaria de Transportes. “Mas não fomos atendidos por ninguém”, garante. E alega ainda que o abaixo-assinado, contendo duas mil assinaturas de passageiros, pedindo o retorno das vans ao ponto de origem, não foi recebido pelo prefeito e nem pela Secretaria de Rransportes.

Revolta de usuários e comerciantes

Juliete Fernandes criticou a proibição das vans no estacionamento
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

A passageira Juliete Fernandes de Oliveira, 22 anos, que usa as vans daquele local para o trabalho e para casa, disse que está “muito revoltada com a atitude da prefeitura”, e dispara uma alfinetada em direção ao prefeito. “Gostaria de saber se o fechamento desse ponto de embarque e desembarque de vans é o jeito do prefeito (Rogerio Lisboa) fazer bem feito?”, questiona. “Nós estamos aqui, feito barata tonta, sem saber onde vamos pegar a van para chegar em casa”, reclama.
De acordo com comerciantes da Rua Carmine Papaléo, o fim do ponto de embarque e desembarque fez o comércio despencar, pois sem movimento de vans e passageiros, as vendas caíram, enquanto os assaltos a pedestres, tanto de dia quanto de noite, se tornaram frequentes nos últimos dias.

Assaltos e ‘vista grossa’ no centro

Com a rua deserta, alunos de uma autoescola de condutores de veículos automotores são obrigados a sair de sala mais cedo. Segundo um instrutor do estabelecimento (não identificado), antes a turma sais às 22 horas. “Agora todo mundo sai às 17 horas, por medo de assaltos na rua deserta”, comenta.

Comerciantes dizem que cresceu o número de assaltos na Rua Carmine Papaléo
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Enquanto a revolta se espalha entre passageiros que procuram o estacionamento das vans e encontra o local fechado, a reportagem do Jornal de Hoje constatou que na mesma Rua Carmine Papaléo moradores fizeram cercados com correntes, como se fosse um condomínio fechado, fato que impede a passagem de veículos em uma parte da rua. A equipe do JH constatou também outros estacionamentos no centro, os quais não são reprimidos pela fiscalização. “Em alguns estacionamentos eles fazem ‘vista grossa’, disse um passageiro revoltado, se negando a explicar o significado da expressão.
Em nota, a Prefeitura de Nova Iguaçu informou que
a “Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana informa que recebeu, na última semana, uma comissão de representantes dos permissionários da referida linha e junto com eles estão buscando soluções em consenso para a questão.”

por Davi de Castro – davi.castro@jornalhoje.inf.br
*Com colaboração de Ivan Teixeira – ivan.teixeira@jornalhoje.inf.br

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