Motorista de Marielle quase bate no veículo dos prováveis assassinos

O carro dirigido por Anderson passa colado ao veículo dos possíveis assassinos

Imagens de câmera de segurança, obtidas pela TV Globo, mostram como os prováveis suspeitos ficaram de tocaia pouco antes do assassinato de Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes. Às 6h58m, um Cobalt prata para perto do local do evento em que a veredeadora iria participar na Lapa. Sem vaga para estacionar, fica na saída de um beco. O veículo apagou todas as luzes. Dentro do carro havia motorista mexendo no celular e uma outra pessoa – é possível ver o braço dela no banco de trás.

Dois minutos depois, o carro dirigido por Anderson passar perto do veículo e para mais a frente. Marielle e outra pessoa descem do carro e entram na Casa das Pretas, espaço coletivo de mulheres negras. Anderson volta de ré, na contramão e quase bate no carros dos suspeitos.

Às 19h10m, o Cobalt muda de lugar assim que abre uma vaga. Vinte minutos depois, Anderson também consegue uma vaga em frente ao carro dos prováveis assassinos. Ele desce do veículo, entra na casa, saí e anda pela rua. Às 20h54m, Anderson volta para o carro, e Marielle sai junto com a assessora do local do evento às 21h03m. Nas imagens, a Marielle, que sempre andava no banco da frente com o motorista decide ir atrás com a assessora. É a última a entrar no carro, no banco de trás, pela porta da direita.

Assim que o carro de Marielle parte, o Cobalt sai atrás, todo apagado. Logo em seguida, um segundo veículo prata seguindo o Cobalt. A polícia acredita que os dois veículos tenham participaram do crime.

Imagens de câmeras de segurança do Centro do Rio mostram o carro onde estava a vereadora aparentemente sendo seguido por outros dois veículos de cor prata. O veículo onde estava o atirador – o Cobalt prata estava clonada. O outro, um Logan, teria dado cobertura ao crime.

Nas imagens obtidas pela TV Globo é possível ver parte do trajeto por onde Marielle, a assessora e o motorista Anderson Gomes passaram antes de serem atacados na Rua João Paulo I, no bairro do Estácio, na última quarta-feira.

Às 21h07m, poucos minutos depois de a vereadora ter deixado o local onde participou de um evento, na Lapa, uma câmera da prefeitura localizada na Avenida Salvador de Sá, já no Estácio, mostra o carro branco onde estava Marielle passando e ainda sendo seguido pelos mesmos dois veículos. Nas imagens é possível ver que um dos carros ultrapassa o outro, pouco antes do local onde o veículo dirigido por Anderson foi atingido pelos tiros.

 

Carro suspeito é encontrado em Minas

 

Um veículo com as mesmas características do utilizado no assassinato da vereadora e do motorista foi encontrado na cidade de Ubá, em Minas Gerais, após uma denúncia anônima. O Logan de cor prata com placa do Rio de Janeiro foi abandonado na quinta-feira no Bairro Industrial, próximo à ponte interditada na Rua Nossa Senhora Aparecida.

Ao GLOBO, a Polícia Civil de Minas informou que está averiguando a veracidade das informações e que a Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou a Ubá para realizar pericias no veículo. O dono do carro, que é de Ubá, já foi localizado e está sendo ouvido. A polícia de Minas também informou que ainda é prematuro afirmar sobre a utilização do veículo no crime ou qualquer outra hipótese, frisando que todo o trabalho será conduzido pela DH do Rio. Caso seja pedido, haverá o apoio de agentes de Minas.

O dono do Logan é Luciano Dias Gonçalves, de 45 anos, mas o carro está no nome da DR da Silva Leilão de Veículos. Luciano, tem algumas passagens por tráfico de drogas. A última prisão dele foi no dia 22 de fevereiro, em Ubá, por porte de arma. Segundo a polícia, ele pagou fiança e foi solto.

O delegado Gutemberg Souza Filho disse que Luciano não soube explicar como e onde comprou o veículo. Luciano Gonçalves deu informações desencontradas. O delegado disse ainda que, em princípio, está descartada a participação de Luciano na morte de Marielle. Em relação ao carro, Gutemberg Souza Filho disse que a perícia foi realizada e as investigações prosseguem.

À polícia, Luciano disse que tinha comprado em uma loja em Ipanema. Depois disse que foi na Barra e também disse ter adquirido de um lojista.

O Disque Denúncia (2253-1177) já recebeu 27 denúncias até a noite deste sábado, sobre as duas mortes. Algumas apontam possíveis envolvidos no crime e outras detalham informações sobre os carros usados pelos bandidos. Todas as informações recebidas foram encaminhadas para a Divisão de Homicídios da Capital (DH). Policiais da DH estiveram na Câmara Municipal do Rio, onde a parlamentar trabalhava. Entre outras diligências, eles também procuraram imagens de câmeras de segurança da casa legislativa que possam auxiliar na investigação.

 

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