Comando da PM planeja trocar UPP na Rocinha por batalhão

UPP da Rocinha pode estar com dias contados Foto: reprodução

A nova cúpula da Polícia Militar quer extinguir a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha e instalar, em seu lugar, um batalhão. A decisão dos oficiais se baseia num estudo elaborado durante três meses, em meados do ano passado, por comissão de policiais do Estado Maior e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP). Ele concluiu que a UPP não consegue mais atingir o principal objetivo do programa: realizar policiamento de proximidade, focado na aproximação do policial com o morador. Segundo o diagnóstico, agentes da UPP pararam de patrulhar 51% da área total da favela de São Conrado, na Zona Sul do Rio. Anteontem foram registrados novos tiroteios na comunidade.

A proposta será discutida com o secretário de Segurança, general Richard Nunes, que já deu sinal verde para a extinção de unidades. O batalhão, que será inaugurado no lugar da UPP, aproveitará a estrutura atual da PM na favela — como a base de alvenaria e as viaturas —, mas terá perfil operacional, para conseguir retomar o território perdido para o tráfico.

Para o comando, que assumiu seus cargos na semana passada após a decretação da intervenção na Segurança, o efetivo da UPP Rocinha seria melhor empregado se fosse distribuído entre batalhões. A unidade tem o maior contingente de policiais entre todas as UPPs: lá estão lotados cerca de 700 homens. Se aprovado, o efetivo do novo batalhão seria mais enxuto, e contaria com o apoio do Batalhão de Choque e do Bope, que seguiriam ocupando a favela. PMs com perfil de proximidade seriam realocados em outras favelas onde o programa é bem-sucedido.

A PM também vai apresentar aos generais uma sugestão de mudança na estratégia de patrulhamento da favela, baseada numa série de visitas à favela feitas pelos oficiais ao longo da elaboração do estudo. Para os coroneis, a base da UPP Rocinha, que está localizada numa das extremidades da comunidade, dificulta o policiamento ostensivo. O deslocamento dos policiais até outros pontos da favela considerados críticos, como as localidades do Beco do 199 e Roupa Suja, é demorado.

error: Conteúdo protegido !!