Ambulantes não foram recebidos e podem fechar Estrada de Madureira

O clima entre os ambulantes e empresas de ônibus Ponte Coberta e Glória continua tenso e o fechamento da Estrada de Madureira, para impedir a circulação de veículos destas empresas, pode acontecer a qualquer momento.
Ontem, mais uma vez, a categoria tentou contato com os dirigentes, na garagem em Edson Passos (Mesquita) e não foram recebidos pela segunda vez consecutiva. Na prefeitura, Rogério Lisboa mandou dizer que não pode fazer nada.
Desde que foram impedidos de vender seus produtos no interior dos ônibus que trafegam pela Estrada de Madureira, os ambulantes estão com dificuldades de sustentar suas famílias. O grupo de vendedores, principalmente os mais antigos, que trabalham nos pontos de ônibus ao longo da via, foram à garagem da Ponte Coberta e Glória, em Edson Passos (Mesquita), na segunda-feira (20) tentar acordo os dirigentes, para ter acesso ao interior dos veículos.
Chagaram às 10h, segundo Edson Franklin, 39 anos, e saíram por volta das 14h, sem serem recebidos. O grupo retornou ontem, terça-feira (21) e, mais uma vez, não foram recebidos. Chegaram às 8h30 e saíram às 14 horas, sem nenhuma resposta. O clima ficou cada vez mais tenso e, segundo um grupo de ambulantes, o ato de protesto na Estrada de Madureira está sendo organizado. “Se eles fizerem isso, será uma catástrofe para o trânsito de Nova Iguaçu, que já é péssimo”, avalia a usuária Odília Sarmento, 49 anos.

Dificuldades para manter família

Revoltados, a categoria acredita que o caminho mais curto para chamar a atenção dos dirigentes da Ponte Coberta e Glória, e buscar um acordo, seria a fechamento da Estrada de Madureira, por onde trafegam mais de 500 ônibus da referidas empresas, todos os dias. O ambulante Cleiton Marques, 30 anos, é mais um dos que reclamam da situação. “Fizeram a gente de otário. Ficamos a desde cedo (8h30) e saímos às 14 horas. Ninguém veio dar uma satisfação a gente”, comenta. “Tenho mulher e dois filhos para sustentar. Não pago aluguel, mas pago duas pensões alimentícias”, frisa. Outro ambulante, Edson Franklin, 39, junto com os colegas, foi à prefeitura tentar falar com o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa. Mas o prefeito não recebeu. “Só disseram ao Edson que a prefeitura atua sobre os ambulantes nas ruas. Nos ônibus, a questão é com as empresas”, revela Cleiton. Ainda segundo ele, o grupo vai insistir na negociação com as empresas, até esgotar todas as possibilidades.
>>Medo de perder emprego – Um despachante da Ponte Coberta e não quis ser identificado, confirmou a proibição e disse que o motorista que permitir o acesso de camelôs ao interior do veículo, poderá ser punido pagando a tarifa (que varia de R$ 3,80 a R$ 5,50) ou pagando três dias de gancho (suspensão) e perdendo o direito à cesta básica. De acordo com um dos motoristas, essa punição pode significar um prejuízo de mais de R$ 500,00. “Eu sinto muito pelos ambulantes, mas não posso perder meu emprego”, disse um motorista da Glória.

por Davi de Castro – davi.castro@jornalhoje.inf.br

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