Criminalidade explode em bairros do Rio que vão receber reforço de militares

Em Botafogo, roubos de carro passaram de três para 21 Foto: reprodução

Bairros que vão receber reforço de militares no policiamento registraram uma explosão de crimes no primeiro mês da intervenção federal no Rio. Do dia 16 de fevereiro, quando o presidente Michel Temer assinou o decreto da intervenção, a 16 de março, roubos de carro aumentaram sete vezes em relação ao mesmo período de 2017: passaram de três para 21.

Já a Pavuna, na Zona Norte, registrou mais que o dobro de crimes do tipo: passou de 102 para 275 durante a intervenção. O comando da intervenção anunciou anteontem o patrulhamento das Zonas Norte e Sul por homens das Forças Armadas. A medida foi tomada após os generais serem informados dos números mais recentes do Instituto de Segurança Pública (ISP), na semana passada. O uso de militares no policiamento ostensivo não estava previsto no início da intervenção.

Alguns dos bairros que apresentaram explosão de crimes, entretanto, não vão receber reforço no efetivo. Na Praça Seca, bairro da Zona Oeste disputado entre tráfico e milícia, homicídios passaram de apenas um para 10 durante a intervenção. Já em Bangu, onde os militares patrulham somente a Vila Kennedy, homicídios passaram de cinco para 12.

Em seu primeiro mês, a intervenção federal na segurança não reduziu a criminalidade no Rio. No período, o município do Rio teve 1.954 roubos de carros, 19% a mais na comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve 1.632 registros desse tipo de crime. A quantidade de homicídios permaneceu no mesmo – e alto – patamar: passou de 111 para 113 casos. Já a estatística de roubos de cargas subiu 12%, saltando de 281 para 317 ocorrências.

Quando o primeiro mês da intervenção é comparado com o período de 30 dias imediatamente anterior (18 de janeiro a 15 de fevereiro), roubos de cargas e homicídios aumentaram 3% e 6%, respectivamente: a quantidade de registros do primeiro tipo de crime subiu de 109 para 113; a do segundo passou de 299 para 317. Já os roubos de veículos caíram 8%, de 2.103 para 1.954.

O único indicador que caiu drasticamente na cidade durante o primeiro mês da intervenção federal é o de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial, também conhecidos como autos de resistência. Foram 27, contra 49 no mesmo período de 2017.

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