O que a humanidade mais necessita? (Parte 1)

*Carlos B. González Pecotche

Quando repassamos os fatos históricos que marcaram o princípio e o fim de épocas gloriosas ou de decadência, e o entendimento se põe a meditar sobre o que cada um deles significou e significa para a reflexão dos homens, experimentamos sem que possamos conte-lo, um sacudimento espiritual, uma alegria que vem junto a uma aflição e, sobretudo, a um anseio de ser útil à humanidade.
Esse anseio é, precisamente, o que impulsiona os seres humanos a melhorar suas condições e qualidades, num amplo e generoso gesto de superação espiritual. E é nesse afã que os homens encontram seus melhores estímulos e as mais nobres inspirações de bem.
Mas a humanidade, que se agrupa em raças ou povos de diferentes idiomas e hábitos, pertencentes, sem exceção, ao gênero humano, está formada por grandes massas de diversos tipos psicológicos, distanciadas entre si mental e espiritualmente, de acordo com o grau de adiantamento que umas e outras acusam, e de acordo com os costumes, crenças ou inclinações de seus pensamentos. No seu todo, isso estabelece, dentro desse conjunto, diferenças que às vezes culminam em antagonismos extremos, e que são causa, desde tempos imemoriais, dos tantos conflitos produzidos no mundo.
Os conflitos, com o passar dos anos e dos séculos, foram aumentando o volume das contendas e dos desastres, restando como saldo fragmentos de humanidade.
Queira-se ou não, isso veio debilitando o homem e, até se poderia dizer, afastou de suas possibilidades a grande figura arquetípica de seus elevados destinos.
Isto tem muito a ver com o abandono a que incompreensivelmente, a humanidade parece ter-se entregado no curso dos séculos, abandono de suas condições e qualidades e, sobretudo, da disposição para atender à única realidade que dá expressão à sua existência: a consciência.
Ultrapassado o limite de todos os desejos e exigências que costumam determinar o conjunto das aspirações humanas, e ainda de suas razoáveis ambições, o ser humano, numa quase permanente agitação, foi se submergindo pouco a pouco na inconsciência, provocando um obscurecimento que, sutilmente foi embriagando sua razão, até convertê-la num instrumento que justifica, aos olhos das outras pessoas, os erros ou desvios em que esse ser incorre.
Devolver, portanto, à humanidade o pleno gozo de suas faculdades e o uso consciente de sua razão deve ser e é o maior imperativo do momento atual.

*Autor da Logosofia: Carlos B. González Pecotche. Centro de Difusão e Informação de Logosofia de Nova Iguaçu – CDIL NI

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