Polícia procura suspeito de atropelar e matar músico no Aterro do Flamengo

André Rodrigues foi atropelado no Aterro do Flamengo. Motorista fugiu do local

A Polícia Civil investiga a morte do baixista André Rodrigues, de 50 anos, que foi atropelado no Aterro do Flamengo, neste domingo, pouco antes das 7h, horário em que a pista se transforma em área de lazer até as 19h. O acidente aconteceu próximo ao Monumento aos Pracinhas. O músico chegou a ser levado consciente para o Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu. Agentes da 9ª DP (Catete) estão à procura de possíveis testemunhas e de imagens de câmeras de segurança instaladas na região onde ocorreu o acidente para tentar identificar o atropelador, que fugiu em seguida.

A mulher de André Rodrigues, a administradora Ana Paula Loureiro, informou que o corpo dele ainda não foi liberado do Instituto Médico-Legal (IML) e que o enterro será no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. No entanto, o horário ainda não foi definido.

O músico Afonso Claudio, conhecido como AC, disse que, no domingo, acordou com a ligação de Ana Paula avisando sobre o acidente. Ele contou que era amigo de André há mais de 20 anos e era o orientador dele no mestrado.

— Fomos parceiros de jazz, participei de um disco dele, e ele de um dos meus. Depois gravamos juntos dois discos: Ateliê Jazz e Ponte Aérea. A gente se via quase todo dia. Primeiramente por tocarmos juntos e também pelo mestrado. Ele ingressou na Unirio há cerca de um mês — relembrou o músico, acrescentando que André era uma ótima pessoas — ele tinha muito bom gosto. Era muito bom músico. E o ciclismo era o esporte dele. Ele adorava. Não era um ciclista eventual, treinava mesmo.

Júlio Sartori, arquiteto e amigo do baixista, disse que é difícil acreditar no que aconteceu com o baixista, que também era arquiteto.

— Trabalhamos juntos na mesma empresa de arquitetura durante um ano. Mas começamos a ter mais contato depois da minha saída dessa empresa, descobri que tínhamos o ciclismo como um hobby em comum. Sempre que podia mandava uma mensagem para ele marcando para pedalar, em cada pedalada sempre conversávamos muito. André foi um cara que viveu bem, sempre me dava conselhos para a vida. Uma pessoa extremamente talentosa, humana, um mostro da música — afirmou.

André Rodrigues pedalando no ano passado Foto: Júlio Sartori, arquiteto e amigo do baixista

Inconformado com a morte do amigo, o arquiteto pediu alterações no Código de Trânsito Brasileiro.

— A morte do André mostra mais uma vez como nosso trânsito é brutal e deve servir de norte para mudanças no CTB. Lembra do caso do ciclista da Reserva? O atropelador foi identificado, porém não ocorreu punição — indagou o arquiteto, citando o caso do ciclista e empresário Hélio Crespo, que foi atropelado e morto no ano passado, na Zona Oeste do Rio.

André Rodrigues já fez apresentações com vários artistas como Lulu Santos, Jorge Vercillo, Marina Lima, Roberta Sá, Sandra de Sá, Claudinho e Buchecha, Jesuton, Hyldon, Isabella Taviani e Fernanda Abreu. A cantora Vanessa da Mata, com quem André também já tocou, usou as redes sociais para se despedir do músico:

“Acabo de saber que um parceiro de trabalho e amigo nosso chamado André Rodrigues (André Negão) faleceu após ser atropelado na manhã de hoje no Aterro do Flamengo (RJ). Quem o atropelou fugiu sem prestar socorros e ainda não foi encontrado. Que tristeza isso tudo! Saber que nem procurando saúde, numa bike, temos segurança nesse estado de caos em que vivemos! Não se pode andar de bike!!!! Era apenas andar de bike e tocar, curtir! Bondade em pessoa, um lúcido ligado nas melhores palavras e possiblidade de viver em paz. Vá com Deus querido! Vai deixar saudades e um exemplo de existência que tá cada vez mais raro! Muito amor por onde estiver”, escreveu a cantora em sua página no Facebook.

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