
Moradores da comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, acordaram mais uma vez ao som de intenso tiroteio. A favela, que é alvo de disputa entre grupos de traficantes e milicianos, enfrenta o clima de guerra há vários meses. Em uma foto compartilhada nas redes sociais, passageiros do BRT aparecem abaixados dentro do ônibus para se protegerem dos tiros.
Segundo a Polícia Militar, policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizam uma operação na comunidade Bateu Mouche. A operação está em andamento e, de acordo com a PM, não há mais informações.
Em um vídeo publicado em redes sociais, um morador gravou o som do intenso tiroteio.
Em um confronto recente, dezenas de milicianos foram flagrados pelo Globocop, da TV Globo, no dia 26 de fevereiro. O grupo paramilitar com homens fortemente armados aparece atravessando a Rua Cândido Benício, uma das principais vias do bairro, depois de uma tentativa de invasão. Os bandidos fogem para a comunidade da Chacrinha, que é controlada por milicianos.
A comunidade do Bateau Mouche era dominada pelos paramilitares até o mês passado, quando mudou de mãos. Segundo informações da Polícia Civil, os traficantes, com o apoio da maior facção criminosa do Rio, conseguiram se estabelecer principalmente no alto da comunidade. Pelo mato no topo do morro é possível chegar à favela da Covanca, uma das que mais deram apoio à retomada.
Nas redes sociais, moradores reclamam da rotina de confrontos:
“Meu Deus começou o inferno de novo.”
“Crianças presas na creche tentando voltar para a rotina.”
“Já tão cedo esses tiros. Cancela ida ao mercado pra comprar almoço.”