Negociação por Nilton Santos pode melar

O Flamengo não quer mais alugar o estádio alvinegro pelo período de três temporadas, mas sim por uma parceria mais curta

O acordo do Botafogo com o Fluminense não evoluiu, e as conversas com o Flamengo também podem desandar. Em reaproximação após muitas polêmicas, os clubes chegaram a ter encaminhado um pacote de jogos no Nilton Santos pelos próximos três anos, como revelado pelo diretor geral rubro-negro, Fred Luz, e pelo vice-presidente executivo alvinegro, Luis Fernando Santos, em entrevista à “Rádio Globo” há um mês. Mas por que o contrato ainda não foi fechado? Porque os termos mudaram.
O principal obstáculo é o número de jogos. Se antes se falavam em 18 a 20 partidas por ano em um contrato de três temporadas, agora a ideia do Flamengo, que está no último ano da gestão de Eduardo Bandeira de Mello, é por uma parceria mais curta. O site GloboEsporte.com apurou que as diretorias voltaram a se reunir terça-feira, e uma nova oferta reduzindo a locação para 1/3 da quantidade foi sugerida e não agradou ao Botafogo. A negociação continua, mas passou a ser vista como complicada.

O que pensa o Botafogo
O Botafogo tem uma conta simples: qualquer acordo precisa ter um mínimo de 10 jogos para se tornar vantajoso para o clube. Os valores já antes acordados são entre R$ 120 mil, para expectativas de público abaixo de 10 mil, e R$ 370 mil, para acima de 30 mil pessoas. Com isso, o Alvinegro garantiria pelo menos R$ 1,2 milhão com a quantidade de partidas almejada. Em seu novo “plano de metas”, apresentado semana passada, a diretoria prevê arrecadação de R$5,7 milhões em 2018 só com a locação do estádio, incluindo o que já recebeu de aluguel no Carioca.
Em caso de qualquer parceria, a operação do Nilton Santos continuará a cargo do Botafogo, com um representante do outro clube acompanhando o processo. Considerado assunto polêmico para a torcida, a forma de caracterização do estádio também teve um modelo padrão definido em reunião do Conselho Deliberativo: o locatário poderá colocar o escudo do time no meio do campo antes das partidas; usar a sua própria arte gráfica no telão; escolher o locutor responsável pelos jogos e levar quiosques para venda de produtos licenciados.

O que pensa o Flamengo
O Flamengo, que já alugou o Nilton Santos duas vezes esse ano – por R$ 100 mil contra o Madureira, pelo Carioca, e R$ 150 mil diante do River Plate-ARG, pela Libertadores – tem a ideia de usar o estádio em jogos de maior porte. Ele ficaria como “plano A” até a Ilha do Urubu estar apta novamente, o que só deverá acontecer após a Copa do Mundo. Mas a nova oferta rubro-negra, reduzindo o número de partidas na casa do rival, ocorre justamente após o clube se debruçar em contas para avaliar os custos e as receitas que cada palco pode produzir.
O investimento no Luso-Brasileiro foi de R$ 18 milhões, sendo que o clube ainda paga R$ 300 mil para a Portuguesa-RJ todo mês, fora o aluguel das arquibancadas móveis e as despesas de manutenção e operação do estádio. Com relação ao Maracanã, reaberto na reta final do Carioca, uma liminar em vigor desde o ano passado diminuiu um pouco o aluguel, com mínimo de R$ 150 mil e máximo de R$ 500 mil, a ser cobrado pelo Consórcio Maracanã. Em ano eleitoral, há uma pressão interna sobre novas despesas e questionamentos se vale a parceria com o Botafogo.
*Globoesporte.com

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