Hospital da Mãe corre risco de fechar as portas em Mesquita

O cancelamento do contrato com a Organização Social Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, afeta diretamente várias unidades de saúde que administrava no Rio e na Baixada, dentre elas o Hospital Estadual da Mãe, situado em Mesquita.
A decisão do secretário estadual de saúde, Luiz Antônio Teixeira, já publicada esta semana em Diário Oficial do Estado (D.O.), pegou muita gente de surpresa, principalmente gestantes que pretendem realizar o trabalho de parto na unidade.
Principal referência de saúde da Baixada Fluminense em partos de alto risco, o Hospital da Mãe foi inaugurado em 2012, na avenida dr. Carvalhais, nº 400, no bairro de Rocha Sobrinho, em Mesquita. O fluxo de atendimento sempre foi grande na unidade, de forma que nos meses de janeiro e fevereiro, perto de 11 mil atendimentos foram realizados, dentre os mais cerca de 1.500 partos. Dona Adalgisa Fonseca Gomes, 46 anos, moradora de Mesquita e grávida de 5 meses, estava bastante nervosa ontem com a notícia. “Eu queria ter minha filha lá no hospital, porque me disseram que lá em bom. Agora, com essa notícia de que a unidade vai fechar as portas, não sei como vou fazer”, lamenta. É que, para ela, o rompimento do contrato da OS com o Estado significa o fim dos recursos para manter a unidade aberta à população.
Confusão entre a OS e o estado
A Organização Social responsável pelo Hospital da Mãe alega que o repasse de recursos por parte do estado estava atrasado em quase R$ 600, segundo o presidente da entidade Ricardo Campello, que também foi pego de surpresa com a publicação do rompimento do contrato no Diário Oficial de segunda-feira (02). Mas a secretaria de saúde reagiu dizendo que, apesar dos recursos liberados, dentre outros atos, a OS não pagava os salários dos funcionários. A situação continua emperrada, ou seja, a OS ainda não interrompeu a gestão das unidades de saúde que administra – como as Upas da Barra da Tijuca, Copacabana, Tijuca e de Jacarepaguá. Julia dos Santos, 18 anos, grávida de 4 meses, também oradora de Mesquita, soube da situação ontem pela manhã, ao procurar a unidade. “Disseram que isso aqui vai fechar, eu não acredito, não podem fazer isso com a gente”, reclama.
>>Sugestão – Muito embora a responsabilidade administrativa seja do Governo Estado, conforme contrato com a Os, moradores de Mesquita sugerem que a secretaria estadual de saúde entregue o gerenciamento do Hospital da Mãe à prefeitura de Mesquita. “Esse prefeito de Mesquita, Jorge Miranda, não é do tipo que esbanja o dinheiro do povo e deveria cuidar desse hospital”, sugere Maria Amélia de Freitas, 35 anos, moradora próxima à unidade. “Esse é diferente do outro”, completa, referindo-se a Gelsinho Guerreiro que, segundo informações na unidade, é responsável pelo hospital, junto com a sua mulher, a deputada estadual Danielle Guerreiro (PMDB), por força de acordo político.

por Davi de Castro – davi.castro@jornalhje.inf.br

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