Pais de jovem morta por namorado em Nova Iguaçu não virão do Japão para o enterro

Patricia Koike não quis se mudar para o Japão Foto: Reprodução/Facebook

Os pais de Patricia Mitie Koike, de 22 anos, que vivem no Japão, não conseguirão vir ao Brasil para o sepultamento da filha. A jovem foi encontrada morta no carro do namorado, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na noite da última segunda-feira. O estudante de medicina Altamiro Lopes dos Santos Neto, de 21 anos, relacionava-se com a vítima havia cinco. Ele foi preso em flagrante e autuado pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

Patricia e Altamiro começaram a namorar no Ensino Médio, quando moravam em Sorocaba, no interior de São Paulo. Ela se mudou com o companheiro para Nova Iguaçu há cerca de um ano, pouco depois de o rapaz passar no vestibular de Medicina para uma faculdade particular na cidade. A mãe da jovem, contudo, era contra o relacionamento e tentava convencer a filha a seguir com a família para o Japão, onde o pai dela já vivia. Recentemente, após sucessivas negativas da jovem, a mãe também mudou-se com o único irmão da vítima para o Oriente.

O corpo de Patricia só foi liberado do Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu no fim da tarde desta quarta-feira. À noite, parentes da jovem que vieram de São Paulo resolviam burocracias para o traslado rumo a Sorocaba, onde será realizado o enterro, ainda sem data e horário definidos. Por conta da distância, contudo, já se sabe que os pais da vítima não chegariam a tempo do Japão.

As tratativas no IML, nesta quarta-feira, ocasionaram um encontro inesperado. Enquanto parentes de Patricia aguardavam a liberação do corpo, Altamiro esteve no IML para fazer exame de corpo de delito.

— Ele passou algemado e nem se dignou a olhar para a nossa cara. Dá vontade de fazer algo errado, de partir para cima, mas a gente sabe que não pode fazer isso — desabafou um dos parentes, que preferiu não se identificar.

— Ela era uma menina muito tranquila, um pouco tímida, mais introvertida. Mas, e não é porque somos parentes, era uma pessoa ótima, boa demais. Foi difícil olhar para o corpo dela daquele jeito. Acho que a ficha ainda não caiu — continuou o familiar da jovem.

 

Morte foi causada por asfixia

 

O laudo do IML apontou que a morte de Patricia foi causada por asfixia. O exame cadavérico atestou ainda a existência de lesões nas pernas, nos braços, no pescoço e na cabeça da vítima. Segundo o delegado Fabio Salvadoretti, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que investiga o caso, parte dos hematomas era recente, provavelmente ligada a uma briga imediatamente anterior à morte, mas algumas marcas no corpo eram mais antigas, indicando a possibilidade de agressões recorrentes.

Embora Altamiro tenha dito a policiais, após ser detido, que o casal havia tido uma briga que culminou em agressões, ao ser ouvido formalmente DHBF o universitário preferiu manter-se em silêncio e não confessou o crime. Os investigadores, porém, não têm dúvidas sobre a autoria do assassinato.

— Parentes da vítima relataram que os dois tinham um relacionamento conturbado. Ele dizia que, se ela quisesse deixá-lo, ou ele se mataria, ou ele mataria a companheira — afirmou Salvadoretti.

A análise feita no IML também confirmou a desconfiança dos policiais de que Patricia já estava morta quando Altamiro foi abordado por agentes do 20º BPM (Mesquita), no Centro de Nova Iguaçu, com o corpo da namorada no banco do carona de um Nissan March. Na ocasião, o universitário alegou que estava tentando levar a companheira para um hospital. A suspeita, ainda não confirmada, é de que a morte já tivesse ocorrido há pelo menos 24 horas.

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