Policiamento ostensivo das Forças Armadas não apresentou resultados

O porta-voz da intervenção federal no Rio, coronel Roberto Itamar, reconheceu, nesta terça-feira, em entrevista à Rádio CBN, que o policiamento ostensivo das Forças Armadas nas ruas do Rio de Janeiro não apresentou resultados no combate à violência. Segundo ele, esse tipo de trabalho não apresenta resultado porque a criminalidade retorna aos locais ocupados assim que a polícia sai. Ele lembrou que o policiamento nas ruas foi implementado com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em julho do ano passado.

– Uma presença permanente não traz resultado porque, quando a polícia sai, a criminalidade retorna. O que vem sendo feito são ações pontuais e de curta duração, com apoio da inteligência, para se atingir as organizações criminosas de maneira mais efetiva – admitiu.

O coronel afirmou que a chegada da verba de R$ 1,2 bilhão, liberada pelo governo federal para a segurança do estado, permitirá a intensificação das ações. Ele disse que os recursos já foram repassados e estão disponíveis ao gabinete da intervenção federal. O coronel afirmou que as medidas que serão adotadas com o dinheiro serão anunciadas em breve.

– Ontem, a maior parte das pessoas que vão ocupar cargos para gerir os recursos já se apresentou. As ações poderão ser implementadas com o aporte do governo federal e, muito em breve, essas medidas serão anunciadas – explicou.

Para Itamar, o tempo de intervenção – que completou dois meses na última segunda-feira – é curto para o cidadão fluminense ver mudanças efetivas na segurança. Segundo ele, até o momento, foi feito o possível. Apesar disso, ele afirmou estar satisfeito com o trabalho das tropas e dos órgãos de segurança do estado.

Ao ser indagado se a intervenção não conseguiu avançar no combate ao roubo de cargas, em razão de um flagrante de roubo de cargas feito pela TV Globo, Itamar destacou a união de órgãos federais nessa área:

– Os roubos de cargas vêm sendo combatidos não só pela intervenção federal, mas por todos os órgãos de segurança pública. Venho acompanhando desde julho do ano passado, quando foi decretada a GLO no Rio de Janeiro. As Forças Armadas têm participado desse esforço, junto com outros órgãos federais como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança. As notícias que aparecem como as de hoje comprovam que este combate vem sendo realizado. Você verifica a ação da polícia, que ela está trabalhando. Esse trabalho corajoso da Polícia Militar. Essas estatísticas são um encargo do Instituto de Segurança Pública. Acreditamos que irá demonstrar uma queda nesses índices e em outros ilícitos no Rio. A tendência que vem sendo verificada com as ações. Ainda é pequena, mas acredito que vai aumentar nos próximos meses.

O porta-voz se mostrou confiante de que será possível cumprir a tarefa dada pelo decreto da intervenção federal, assinado pelo presidente Michel Temer em fevereiro, que prevê o “fim à grave perturbação da ordem pública”, e lembrou que o objetivo não é zerar as estatísticas criminais.

 

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