Triumph projeta crescimento da Tiger 800 no Brasil

Desde que passou a comercializar suas motos oficialmente no país, em outubro de 2012, a Triumph tem obtido resultados bem melhores que a encomenda. As projeções de vendas se anteciparam em pelo menos um ano – para 2015, estão previstas as vendas de 4.500 unidades, 80% mais que os 2.500 emplacamentos de 2014 – e menos de três anos depois de inaugurada já saíram das linhas de Manaus 10 mil exemplares. Por conta desse bom desempenho, a capacidade da fábrica já foi ampliada em 40% – das 5 mil para 7 mil unidades/ano. Apesar dos bons números, a marca inglesa decidiu se movimentar, prevendo dias “menos fáceis” pela frente. Decidiu ampliar a gama Tiger com duas versões de “entrada” para a linha trail: a 800 XC e a 800 XR.
Basicamente, elas são, respectivamente, versões simplificadas da XCx e da XRx e apresentam as mesmas características gerais. As duas são do segmento de bigtrails, mas XC tem uma vocação maior para o off-road enquanto a XR tem melhor performance no asfalto. A rigor, elas são as reais substitutas das antigas 800 e 800 XC, que deixaram de vir quando a Tiger passou por uma evolução, com um pequeno face-lift, alterações no propulsor e um bom incremento na eletrônica embarcada – o “x” minúsculo das versões de topo significam exatamente Extra. Os novos modelos de entrada trazem estas mesmas evoluções, mas com algumas limitações na parte eletrônica – até para diferenciar dos modelos top. O objetivo era mesmo baixar o preço final para o consumidor, que ficou em torno de 10% menor.
A nova XC custa exatos R$ 40.790, ou R$ 4.600 a menos que os R$ 45.390 da XCx. Já a XR sai por R$ 37.690, ou R$ 4.500 a menos que os R$ 42.190 da XRx. Ou seja: preço bem semelhante ao que era praticado na geração anterior. Nesta retomada de valores, houve algumas simplificações. O sistema de controle de tração e o ABS têm apenas um nível de funcionamento, não “conversam” mais entre si, mas ainda podem ser desligados. Nos modelos superiores também podem ser desligados, mas também pode ser configurado em três níveis de controle de tração, três mapeamentos de aceleração diferentes e o ABS ainda pode trabalhar conjugado ao acerto de pilotagem.
A Tiger foi despida ainda de outros elementos. Saem de cena o controle de cruzeiro, a tomada de 12V, os protetores de mão, o cavalete central, o protetor de cárter da versão XC, o pára-brisas ajustável e o banco especial da versão XR. O computador de bordo foi mantido em ambas as versões. XC e XR só estarão disponíveis nas cores branca e preta. A cor azul fica como cor exclusiva para os modelos Extra.
Se a comparação for com a antiga Tiger, vendida até março, houve alguns ganhos consideráveis com a mudança, apesar do preço semelhante. É o caso dos ajustes na motorização, que deixaram o modelo mais eficiente nas acelerações e até 17% mais econômico, segundo a marca. Apesar da leve “depenada” que sofreu, a nova estética também representa uma evolução, assim como as suspensões, mais sofisticadas. As duas versões trazem dianteira e traseira ajustáveis, sendo que na XC é da WP e na XR é da Showa.
Com as novas versões, a gama Tiger vai ficar ainda mais importante no line-up da Triumph no Brasil. Os três modelos vendidos hoje – XCx, XRx e Tiger – respondem por 40% da comercialização da marca por aqui. Fatia que deve ser ampliada a partir desse mês. Segundo as projeções da montadora inglesa, as novas Tiger 800 XC e XR devem representar um ganho nas vendas de 200 unidades mensais – 100 cada. Ou seja: praticamente dobrar as vendas da linha. Em um ano de crise, não dá para reclamar.

 

por Eduardo Rocha
Auto Press

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