PMs acusados de fuzilarem jovens são denunciados por associação criminosa

Agentes vão responder por mais um crime Foto: reprodução

Os quatro PMs que respondem pelo fuzilamento de cinco jovens em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, em novembro de 2015, são acusados de mais um crime. O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), do Ministério Público do Rio, denunciou, nesta quarta-feira, os quatro agentes pelo crime militar de associação criminosa. Os policiais já respondem pelos assassinatos dos rapazes. Há um mês, eles foram pronunciados pela Justiça e irão à júri popular.

Para o MP, entretanto, os policiais, lotados na época no 41º BPM (Irajá), também violaram o Código Penal Militar. Segundo a denúncia, os agentes, “com vontade livre e consciente e em perfeita comunhão de ações e desígnios criminosos, em violação da disciplina militar, reuniram-se, com armamento de propriedade da Polícia Militar, praticando violência contra as vítimas”. O documento foi encaminhado pelo MP à Auditoria de Justiça Militar.

O crime tem pena prevista de quatro a oito anos de prisão. Se os soldados Antônio Carlos Gonçalves Filho e Thiago Resende Viana Barbosa, o cabo Fábio Pizza Oliveira da Silva e o sargento Marcio Darcy Alves dos Santos forem condenados por todos os crimes — homicídios de cinco vítimas, tentativa de homicídio de outras duas, fraude processual, porte ilegal de arma de fogo e, agora, associação criminosa —, podem pegar mais de 200 anos de prisão.

Na sentença que determinou à ida dos policiais militares a júri popular, o juiz Daniel Werneck Cotta negou o último pedido de revogação da prisão dos quatro réus. Segundo o magistrado, a conduta dos agentes, “além de representar ameaça à instrução criminal, sugere a vontade de não se submeter à persecução criminal, demonstrando relevante contrariedade à eventual aplicação da lei penal”.

Na denúncia, promotores do Gaesp deixaram de requerer à Justiça a prisão dos policiais porque os quatro já estão presos por decisão da 2ª Vara Criminal, onde corre o processo que julga os homicídios.

Os cinco amigos que estavam no carro e foram mortos são Wilton Esteves Domingos Júnior, de 20 anos; Carlos Eduardo Silva de Souza, de 16; Wesley Castro Rodrigues, de 25; Roberto Silva de Souza, de 16, e Cleiton Corrêa de Souza, de 18.

Os PMs também foram denunciados por fraude processual e porte ilegal de arma de fogo, por apresentarem na delegacia um revólver quebrado para justificar os tiros disparados contra as vítimas.

 

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