A iniciativa privada como base do progresso

É uma verdade inquestionável que todo esforço individual tendente a um melhoramento das condições pessoais, familiares ou da sociedade em geral é digno do melhor estímulo e respeito. Sua importância na vida de relação é de um inestimável valor pela contribuição que significa para o progresso das perspectivas coletivas.

O ser de iniciativa salvo raras exceções, é em si trabalhador, entusiasta e em muitos casos estudioso ou investigador avançado. De seu empenho surgem em inúmeras ocasiões obras dignas do maior elogio, e não poucos são os que se beneficiam graças a esse esforço dos capazes, isto é, dos que não somente sabem bastar a si mesmo senão que sabem ajudar os demais fomentando, com seu exemplo construtivo, a difusão do progresso.

Não auspiciar, a iniciativa privada, não ampará-la e estimulá-la em tudo que seja necessário para sua livre expansão, implicaria esterilizar as energias individuais e retirar da sociedade as mais fecundas fontes de adiantamento e bem-estar social.

O que seria um pais, por exemplo, em que a cada ser fosse designada uma determinada obrigação e todos caíssem em uma rotina improdutiva? A resposta é bem fácil de conceber, pois nada é mais incômodo nem mais pesado a um pais, a uma sociedade ou a uma família do que carregar o peso morto daqueles que, por incapacidade ou indolência, se acham sempre à mercê do socorro alheio.

O homem de iniciativa própria trabalha e oferece trabalho aos demais. Daí que o auspício da iniciativa privada seja um dos meios mais acertados e melhores para solucionar o problema da inatividade. Mas isto somente não bastará como solução eficaz; se requer, ao mesmo tempo, inculcar em cada um a necessidade que deve logicamente experimentar, como ser racional, de contribuir com seus esforços para que sejam sempre menos aqueles que se achem em condições de inferioridade que requeiram, necessariamente, o auxilio alheio para sua própria subsistência.

A iniciativa privada é construtiva por excelência e tende à cooperação do esforço geral.

É em resumo, o maior recurso para o progresso, desde que sempre se fundamentaram nela as maiores esperanças e de onde surgiu tudo de bom, nobre e valioso que contém a sociedade humana.

O homem que se forma sozinho e ajuda os demais a se formar é digno do maior respeito, porquanto destaca as qualidades de sua inventiva em benefício da sociedade e se constitui num elemento nobre, útil e ativo.

As grandes conquistas da ciência assim como as grandes reformas que a humanidade experimentou, os triunfos na arte, na técnica e em todas as atividades humanas, sempre se deveram a essa iniciativa da inteligência individual e mesmo quando depois participaram do benefício todos em comum.

Saber enfrentar a batalha pessoal no mundo interno de cada um constitui o primeiro impulso para fazer surgir de si mesmo o ser capaz. E a capacidade, como condição ativa da inteligência, é o dínamo propulsor das energias projetando-se sobre a vida em manifestações de iniciativa particular.

Autor da Logosofia
Carlos B. González Pecotche
Centro de Difusão e Informação de Logosofia de Nova Iguaçu – NI

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