Campus da UFRJ registra seis casos de sequestro-relâmpago esse ano

Somente entre janeiro e maio deste ano, já aconteceram seis casos de sequestro-relâmpago no campus da UFRJ da Ilha do Governador. O mais recente foi na última sexta-feira, quando um casal de professores ficou 11 horas sob mira de criminosos. Segundo a Reitoria da universidade, este número é superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Por conta disso, a Reitoria pretende se reunir na próxima quarta-feira com agentes da dvisão anti-sequestro da Polícia Civil. A ideia é falar do caso da última sexta e de outros casos. A universidade quer a volta de policiais da divisão anti-squestro na Ilha do Fundão, como já ocorreu em 2012.

Gercy Miceli, coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj), contou que em janeiro deste ano um médico da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) sofreu um sequestro-relâmpago. Desde então, o profissional está afastado por problemas psicológicos. Outra vítima foi um web designer do Sintufrj. Segundo ela, os criminosos disseram a ele que queriam usar o seu carro para fazer alguns “ganhos”. Depois de aproximadamente 4 horas o liberaram.

— Temos três fatores que são cruciais para insegurança aqui. Os vigilantes que patrulham os prédios não são concursados. A flutuação de trabalhadores terceirizados na segurança é ruim porque eles não criam uma identidade com o lugar. Hoje, tem um trabalhador terceirizado numa unidade e amanhã ele vai para outra parte, de acordo com o interesse do empregador. É preciso concurso para preenchimento de vagas da Divisão de Segurança da Universidade. Desde 1991 não há concurso. O governo vende o peixe de que é um cargo extinto e não é. O segundo problema é o BRT. Por ser um transporte de massa e termos terminais grandes, usuários de crack descobriram a vulnerabilidade do Campus. E aí os assaltos aumentaram muito, principalmente contra mulheres. Os crimes aumentaram muito em comparação ao período anterior à chegada do BRT. Terceiro ponto é a via Estadual que corta e dá acesso à ponte do Saber. Aquilo virou rota de fuga. É necessário restringir o acesso ao Campus. Esta seria uma medida — diz.

De acordo com Gercy, o campus também virou local para criminosos fazerem até descarte de material roubado do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim/Galeão.

— Há cerca de 3 meses, bandidos estavam fazendo um transbordo de carga roubada do aeroporto. Estavam armados com fuzis em frente ao CCS (Centro de Ciências da Saúde), às 11h. Funcionários e alunos passaram pelo lugar e eles diziam que não queriam nada não. Eles só queriam a carga. Isso é um absurdo! — reclamou.

 

 

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