Tráfico proíbe comerciantes de venderem cigarros em São Gonçalo

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Traficantes impuseram uma “cartilha do crime” no bairro do Jardim Catarina, em São Gonçalo. De acordo com uma investigação da 74ª DP (Alcântara), há, pelo menos, dois meses, comerciantes são proibidos de vender cigarros. Só os produtos roubados pela quadrilha de Schumaker Antonácio do Rosário, de 34 anos, chefe do tráfico da região, podem ser comercializados. Criminosos chegam a montar barracas no bairro para a venda após os roubos das cargas.

A polícia também investiga se a quadrilha cobra pedágio dos moradores para a instalação de gatos de luz no bairro. Em todo o bairro, funcionários da Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica, “são impedidos de realizar serviços de medição, emergência e manutenção da rede elétrica”, segundo admite a própria empresa, em nota. Por isso, traficantes tentariam lucrar com o serviço.

De acordo com a Enel, o número de moradores de São Gonçalo que vivem em áreas consideradas “de risco” pela empresa — ou seja, onde funcionários da concessionária deixaram de realizar serviços — aumentou 16% de 2017 para 2018.

De acordo com moradores, o tráfico também instituiu bloqueios no trânsito da região, principalmente à noite. Para passar, os moradores devem desligar o farol e ligar as luzes internas do veículo. Os criminosos obrigam os moradores a entregar os celulares para “averiguação”.

— Quem entra de carro no Jardim Catarina, precisa ligar o alerta, andar com velocidade reduzida e com a luz interna acesa. Já fui parado algumas vezes e até meu WhatsApp o traficante olhou para ver se eu tinha algum tipo de conversa ou fotos sobre a atuação deles aqui — conta um comerciante de 65 anos que preferiu não se identificar por temer represálias.

Schumaker Antonácio do Rosário é um dos traficantes mais procurados do Rio. O Disque-Denúncia oferece R$ 20 mil por informações que levem a sua captura. O criminoso foi preso em agosto de 2003, por um assalto. Em outubro de 2013, a Justiça concedeu ao traficante a progressão de regime para o semiaberto. Uma semana depois, ele saiu e não voltou mais para o Instituto Penal Edgar Costa, onde cumpria a pena.

Moradores antigos do bairro dizem que, após a volta de Schumaker, a criminalidade disparou.

— Estamos passando pelo pior momento do bairro. Essa semana, estava chegando do trabalho, às 20h, e me deparei com dez homens com fuzis passando de moto pela minha rua — conta uma auxiliar

 

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