
A manicure Cristiane Barbosa Macedo, de 38 anos, mãe da jovem Soraia Lemos, morta aos 17 anos durante um assalto na Ilha do Governador, na semana passada, disse que o assasino conhecia a filha de uma região do bairro.
– Eles já se conheciam do Guarabu, na Ilha do Governador, onde nasceram e foram criados. – relatou.
Cristiane esteve na noite de segunda-feira na 37ª DP (Ilha do Governador) na esperança de ver um dos envolvidos na morte de Soraia. Três suspeitos de envolvimento no crime estão presos. Ela foi ao local acompanhada de Nicolli Cepes da Silva, de 21 anos, namorada de Soraia, foi com ela à delegacia e reconheceu de longe o preso como sendo o piloto da moto usada no crime.
– Ela não quis fazer o reconhecimento oficial na delegacia da Ilha. Tinha muita gente. Mas garantiu que foi o gordinho que pilotava a moto. Ela acha que foi por isso (o fato de se conhecerem) que ele mandou matar minha filha.
A mãe do acusado de ter atirado contra sua filha, identificado como Matheus, pediu perdão a Cristiane pelo que aconteceu e disse que todos os dias pede a Deus que a conforte.
– Fui à delegacia para ver de perto um dos envolvidos na morte da minha filha. Mas acabei conversando com a mãe do que teria apertado o gatilho da arma e matado minha filha. É uma senhora religiosa. Ela me pediu perdão e disse que todos os dias pede a Deus que me conforte – contou.
Cristiane disse ainda que viu na delegacia o rapaz que dirigiu a moto e que não percebeu nele nenhum sinal de arrependimento:
– Cheguei lá e vi que ele não mostrava nenhum arrependimento. Estava com aquela cara para cima, de maneira arrogante. Então não quis conversa com a mãe dele, que me parece conivente com as atitudes do filho. A moto que eles usaram está no nome dela. Soube que um tempo atrás ele estava praticando roubos na Ilha do Governador e foram perseguidos pela polícia. Ele abandonou a moto e fugiu. Dias depois, ela foi até o 17º BPM (Ilha do Governador), pegou a moto de volta e a entregou ao filho. Não quis conversa com ela. Isso é conivência isso não é papel de mãe que educa um filho – criticou Cristiane.
A manicure classificou o que fizeram com sua filha como uma covardia.
– Eles saíram para roubar um tipo de moto que queriam. Mas começaram a roubar várias pessoas. Minha filha e Nicolli já tinham dado o que eles queriam. Por que atirar então? Aquilo foi uma covardia, não tem perdão.
Cristiane disse que não tem medo dos criminosos e que seu medo, na verdade, é em relação à justiça.
– Os três, tanto o assassino, o piloto da moto e quem entregou a arma, estavam em liberdade condicional. Quem garante que a justiça não os soltará em breve novamente? Para mim, deveria ter pena de morte neste país – ressaltou, indignada.
A motocicleta supostamente usada na morte da jovem está na Delegacia de Homicídios (DH) da capital. Na lataria da moto, há um adesivo com a frase “Socegado (sic) 24 horas”. A Honda XRE 300 de cor verde, placa EWV-5770, foi achada na casa de um dos presos identificado até o momento apenas pelo prenome Matheus, que, segundo o primeiro acusado do crime a ser preso, Jonas Gomes de Bastos, foi o autor do disparo que matou a jovem. O outro preso na operação da Polícia Militar na Baixada Fluminense foi identificado como Alan.