Após confronto entre traficantes, Bope entra no Morro da Babilônia

Policiais do Bope sobem o Morro da Babilônia no bairro do Leme, Zona Sul do Rio Foto: reprodução

Um grupo com aproximadamente 30 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entrou no Morro da Babilônia, no Leme, na Zona Sul do Rio, na manhã desta sexta-feira. Eles seguiram em direção à mata nos fundos da comunidade onde estariam traficantes que tentaram retomar o controle da região. Tiros foram ouvidos por moradores da área e do entorno da comunidade.

Traficantes de facções rivais entraram em confronto entre a madrugada e o início da manhã desta terça-feira. O confronto ocorreu numa região de mata no alto da favela. Além dos disparos, que eles dizem ser de vários tipos de armas, ainda há o relato de explosões de bombas na comunidade.

A população está amedrontada e caminha rapidamente. A comerciante espanhola Raquel Martins, de 29 anos, que mora na comunidade desde 2010, deixou seus dois filhos, um bebê de 7 meses e uma criança de 3 anos, dentro de casa com uma vizinha para trabalhar.

“A gente aqui meio que se acostuma com essa violência, mas não posso expor meus filhos ao perigo. Meu filho não foi à aula e eu ainda não consegui vaga numa creche para o bebê. Mesmo assim A Creche Dona Marcela, que fica no chapéu Mangueira não abriu as portas hoje”, contou Raquel.

Moradores disseram que as duas escolas municipais que atendem moradores da Babilônia e do Chapéu Mangueira, a São Tomás de Aquino, que fica no Leme, e a Roma, em Copacabana, enviaram mensagens para dizer que a aula hoje é facultativa para as crianças que moram nessas regiões.

Uma moradora de um prédio na Rua General Ribeiro da Costa, quase em frente ao Morro da Babilônia, contou ter sido acordada pelo tiroteio por volta das 5h40m. Ela disse que pelo ângulo acha improvável que uma bala perdida venha a atingir seu apartamento, mas por via das dúvidas, sempre que acontecem tiroteios ela pega seu filho do quarto da frente e o leva para o quarto do casal, nos fundos do apartamento.

“A gente se acostuma com os tiroteios aqui. Às vezes a gente percebe que os traficantes estão testando armas. Mas não foi o que aconteceu hoje. Deu para perceber que os tiros partiam dos dois lados, tanto do Chapéu Mangueira como da Babilônia. E foram muitos tiros. Entre idas e vindas, com intervalos de 10 a 15 minutos, o tiroteio aconteceu das 5h40m até às 7h30m. Só pude deixar meu filho de 17 anos ir à escola por volta das 7 horas, num momento de trégua. O sentimento que bate em mim é de angústia pelo receio de que algum

 

 

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