O HOMEM E SUAS DUAS NATUREZAS

Quando Deus Criou o homem, sua concepção foi perfeita. Fê-lo superior a todo outro ser vivente sobre a Terra e, portanto, concedeu-lhe a graça de possuir duas naturezas: a física e a espiritual. Isto explica a sobrevivência do espírito humano, já que, ao cessar a vida física, permanece a espiritual, formada com os elementos eternos constitutivos da existência.
A natureza física, dotada de um perfeito organismo com função automática e permanente à margem da vontade, com dispositivos e sistemas biológicos que atuam e se comunicam maravilhosamente entre si, e um mecanismo psicológico que se resume na alma, sempre cumpriu e continuará cumprindo sua missão humana dentro das necessidades, limitações e perspectivas que dizem respeito à vida do homem. Nessa natureza física, que constitui a base material da existência, ficou plasmada uma parte ponderável de sua altíssima concepção, dando lugar a seu gênero como criatura superior, mas essa parte, com sua admirável organização biológica, só tem por finalidade articular a vida com base em necessidades e perspectivas materiais.
A natureza física é perecível, e o é em virtude de sua corruptibilidade, que culmina com sua desintegração, fato que, não ocorre com o espírito, por ser imutável sua natureza. Mas as mudanças evolutivas que formam os elos da perpetuidade não se produzem nela, mas sim na célula hereditária.
O homem deve aprender a organizar sua vida para perpetuar-se dentro de sua própria consciência.
A natureza espiritual do homem diferencia-se da física pelo fato de ser incorpórea e imperecível. O ser humano deve compreender que todos os seus esforços haverão de encaminhar-se para o predomínio nele de sua natureza espiritual, para experimentar em sua consciência a sensação cabal da perenidade.
Chegarão, assim, a consubstanciação de ambas a natureza, a física e a espiritual, ou seja, à conjunção harmônica de dois organismos diferentemente constituídos: um, de pura essência mental, superior, o outro, físico inferior, sujeito a influências do primeiro, mas sem que esse predomínio altere, como se poderá supor, suas manifestações psicológicas normais, ao contrário, a parte espiritual é fator equilibrante entre ambas, criado para que se complementem de forma admirável. Pode-se avaliar a importância de se conhecer esta dualidade constitutiva da estrutura humana, cujo mecanismo é passível de articular-se e influir com resultados surpreendentes sobre a vida do indivíduo.
Como articula-lo? O homem deve aprender a organizar sua vida para perpetuar-se dentro de sua própria consciência, por ser ela a que lhe permite experimentar a sensação inefável de ser e de existir, e a que concentra, na célula hereditária ou genésica, a síntese perfeita de tudo quanto realizou durante a vida. Todas as conquistas em prol do aperfeiçoamento ficam ali impressas o que contribui para a perpetuidade da herança e configura a verdadeira identidade do ser.

* Autor da Logosofia – Carlos B. González Pecotche – Centro de Difusão e Informação de Logosofia de Nova Iguaçu – CDIL NI

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