Traficantes se perderam em mata antes de serem mortos

As equipes dos bombeiros no mar Foto: Reprodução

Os traficantes cujos corpos foram encontrados numa encosta entre o Leme e a Urca se perderam em um trecho da mata que liga os morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, na última sexta-feira. Oriundos da Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, os criminosos não conheciam a área e por isso acabaram surpreendidos por policiais militares, de acordo com os relatos de seus parentes. Os bandidos, que eram do Terceiro Comando Puro (TCP), estavam nas favelas do Leme para reforçar a quadrilha, que disputa território com criminosos do Comando Vermelho.

Por causa da guerra de facções, os criminosos tentavam se abrigar no matagal. No trecho próximo à Urca, teriam sido surpreendidos pelos policiais. Os parentes dos traficantes afirmam que houve uma intensa troca de tiros com os PMs. Em seguida, os militares teriam executado os criminosos com tiros na cabeça e jogado seus corpos na encosta. A Delegacia de Homicídios da capital está investigando as circunstâncias em que o grupo foi morto. Perícia preliminar feita pela polícia constatou que todos os corpos resgatados tinham marcas de tiros. Só o laudo de necrópsia, no entanto, irá indicar as partes do corpo em que os disparos foram feitos e se foram à curta distância, o que pode indicar uma execução. Nesse domingo, seis corpos foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Um sétimo cadáver foi encontrado por familiares na mata.

– O que sei é que um traficante que conseguiu fugir disse que os policiais do (Batalhão de Polícia de) Choque, na sexta-feira, por volta das 15h, entraram pela mata da Vila Militar e surpreenderam os rapazes. Houve uma intensa troca de tiros e ele se renderam. Os PMs botaram todos de joelhos e dispararam contra as cabeças deles. Logo depois, os militares jogaram todos de uma ribanceira — conta uma auxiliar de serviços que é prima do traficante Ernâni de Souza Francisco, o Boldinho, de 22 anos, que foi encontrado morto nas pedras.

Além de Boldinho, foram resgatados pelos bombeiros os corpos de Natã Isaque Souza Santos; Ângelo Martins dos Santos Nogueira, o Foca; e os traficantes identificados como Da Coreia, HB e Tipac. Ainda está desaparecido um criminoso conhecido como Da Missão. Na mata, foi encontrado por seus parentes o corpo de Franklin Miranda, o Tinaia. Ele teria sido baleado durante confronto com os policiais, antes da suposta execução. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro.

Na perícia preliminar feita nos corpos, a Delegacia de Homicídios constatou que cinco criminosos estavam vestidos com roupas camufladas, próprias para serem usadas na mata.

 

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