
Ontem, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o governo Dilma Rousseff precisa parar e reconstruir sua base aliada, ao invés de somente fazer apelos. Ontem, o vice-presidente Michel Temer pediu união em prol do Brasil, “acima de partidos”.
A declaração de Temer foi uma demonstração de preocupação com a situação da economia e com a possibilidade de o Congresso aprovar novos aumentos de gastos à União. O apelo não surtiu efeito e, sem apoio da base, o governo foi derrotado, permitindo a aprovação em primeiro turno da proposta que aumenta salários na Advocacia-Geral da União e outras carreiras. O impacto é de R$ 2,45 bilhões ao ano aos cofres federais.
Cunha afirmou que tentou construir um acordo para adiar a votação, sem ter sucesso. “Eu sou frontalmente contrário a se fazer o que se chama de pauta-bomba”, afirmou. Para ele, quanto mais o governo fala sobre suas ações, mais apoio perde. Por isso, avalia que seria necessário uma reformulação das estratégias de comunicação. “A presidente deveria ter um posicionamento de recomeçar o processo do segundo mandato. Mostrar para a sociedade qual é o seu plano”, disse.