O drama de uma idosa internada no Hospital da Posse

Solange Pereira desabafa: “Minha mãe está definhando no Hospital da Posse. O estado de saúde dela piorou devido atendimento negligente”.

Ao perceber que a pressão arterial de sua mãe, Terezinha Silveira de Souza, uma idosa de 84 anos, estava muito alta, a sua filha Solange de Jesus Pereira (57), iniciou uma verdadeira maratona para socorrer a mãe. A falta de estrutura de Nova Iguaçu, principalmente na área da saúde, torna-se visível na hora de um atendimento de emergência. Foram 13 dias de maratona, a contar do pedido de socorro até a internação, dia 10, no Hospital da Posse.

Moradora do centro de Nova Iguaçu, a via crucis de Solange começou com a chamada do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), seguindo para a UPA de Austin. De lá, por falta de estrutura médica, dona Terezinha foi levada ao Hospital da Posse, onde a idosa ficou esquecida em um dos corredores até ser internada – hoje se somam 14 na unidade. Antes, Solange denunciou, na terça-feira (19,) o abandono da mãe ao JH, que entrou em contato com a direção do Hospital e a idosa começou a ser assistida.

Mais aliviada com a situação, Solange disse que pretende processar a unidade por “negligência no atendimento” por falta de assistência à mãe, quando foi internada. “Ninguém merece um tratamento assim”, comentou Solange. Terezinha segue com a pressão instável. Porém, segundo a filha, com a demora da assistência na internação, outros problemas surgiram. “Além da infecção urinária detectada ainda em sua estadia na UPA, a idosa sofre agora com uma infecção no sangue. E ainda aconteceu um anormal inchaço nas pernas e coloração com tons de roxo pelo corpo”, comenta Solange.

A filha, que é cuidadora de idosos e tem experiência de vários anos no assunto, relata que são ignorados atendimentos necessários: “Ela não está se alimentando. Não consegue comer, põe tudo pra fora. Por esse motivo está ficando desidratada. Durante um dia inteiro com a sonda, ela não colocou pra fora 300 ml. Mesmo assim, não colocam no soro nela”, relatou.

Ainda de acordo com a filha, a medicação é ministrada com truculência. “Não consideram as circunstâncias em que ela se encontra. Aplicam injeções sem cuidado. Ela está velha e doente. Precisa de um cuidado mais atencioso”, comentou a filha, que completou: “Ela foi para a Posse para receber um tratamento melhor. Disseram que o quadro de saúde dela pedia um suporte maior, de mais assistência. Mas o que aconteceu foi o contrário: Minha mãe está definhando”, desabafou.

Nota do Hospital

Em nota, o HGNI afirma que o quadro de Terezinha é estável: “O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) informa que a paciente deu entrada na unidade com quadro de pneumonia e infecção urinária. Foi submetida a exames laboratoriais e de imagem e segue internada. Devido ao quadro clínico apresentado, ela possui restrições médicas. O hospital esclarece que a paciente vem recebendo acompanhamento médico, de enfermagem, realizando exames e sendo medicada para o tratamento de todo seu quadro clínico”.

A família afirma que após o contato da reportagem, foi visitada por uma representante da direção do hospital, que mostrou-se solícita a buscar soluções para os problemas de saúde de dona Terezinha.

Davi Boechat

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