Pai responsabiliza despreparo da polícia por morte de adolescente na Maré

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Pedreiro José Gerson da Silva Foto: reprodução da internet

O pedreiro José Gerson da Silva, de 37 anos, pai de Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos, responsabilizou o despreparo da polícia pela morte do menino, na manhã desta quarta-feira, na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré. Ele contou que o menino tentou ir para a escola, mesmo atrasado, mas resolveu voltar para casa ao ouvir os primeiros tiros partidos do helicóptero da polícia. Quando estava quase chegando na residência deparou com o caveirão, de onde, segundo o pai, partiu o disparo que feriu o garoto na barriga.

“Por que veem um uniforme de escola e artiram? Porque não são policiais. São assassinos. Policiais não agem desse jeito.

O pedreiro contou que na hora que o menino saiu de casa, por volta das 8h ainda não tinha iniciado a operação. Quando chegou na metade do caminho, entre a casa e a escola, é que primeiro apareceu o helicóptero, de onde partiram os primeiros disparos. Isso fez com que o jovem recuasse e decidisse voltar para casa. Em seguida, ainda segundo o pai, policiais começaram a cercar as entradas e quando já estava perto da residência, o garoto deparou com o blindado:

“Ele era um filho muito bom, alegre. Vou sentir falta dele, meu único filho homem”, lamentou Gerson, que também é pai de uma menina de 12 anos “Eles viram meu filho vindo. Meu filho tentou sair e eles atiraram, porque viram a mochila com ele. Achou que era bandido. Não é bandido. Agora cadê o responsável que atirou nele? Alguém está procurando? Tentando resolver?”

Gerson contou que no momento estava trabalhando e foi avisado por uma vizinha do que tinha acontecido ao menino. Marcos gostava de funk e sonhava ser MC. O pai lamentou que o sonho do garoto tenha sido interrompido de forma tão brutal.

“Ele queria ser MC. Gostava de funk e não deu tempo (de realizar o desejo). Ele até cantava algumas músicas, quando estava próximo de dormir, já pensando no outro dia. Às vezes cantava algumas letras para mim e eu tentava melhorar algumas coisas. Por que isso foi acontecer? É o despreparo total da polícia e o estado não está enxergando isso. Eu acho que não tem nenhum responsável lá dentro para organizar a polícia do estado. Na verdade é isso. Eles não têm capacidade”, disse o pai. “Não sei o que vai ser daqui para a frente sem ele. Gostava tanto dele. Era meu sonho ter um filho homem para assumir a família depois que eu fosse. A gente está aqui, mas nunca sabe se amanhã vai estar vivo”.

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