Falta de prevenção deixa 30 mil crianças cegas ou com visão baixa

Exames feitos na infância ajuda prevenir ou combater cegueira

Doenças oculares que poderiam ser prevenidas ou tratadas nos primeiros anos de vida são responsáveis por deixar 30 mil crianças cegas ou com baixa visão no Brasil. É o que revela levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e chama à reflexão, hoje, dia 10 de julho, quando se comemora o Dia Mundial da Saúde Ocular. Retinopatia da prematuridade, glaucoma congênito, atrofia ótica, catarata e toxoplasmose são algumas das causas de cegueira e baixa visão moderada e grave infantil no país, e que poderiam ser evitadas.
Reverter esse quadro requer cuidado multidisciplinar, desde antes do nascimento até os primeiros anos de vida do bebê. “A avaliação oftalmológica inicia logo nos primeiros dias de nascimento com o ‘teste do olhinho’ e segue com acompanhamento semestral até os 2 anos, e a partir daí anualmente”, afirma a oftalmologista Tania Schaefer.
Segundo a especialista, perceber alteração de visão em crianças em fase pré-escolar não é tarefa fácil e muitos problemas visuais podem passar despercebidos pelos pais. “O importante é torná-los cientes de que a criança não nasce sabendo enxergar, ela vai aprendendo a
enxergar”, afirma a dra. Tania Schaefer. Ela explica que, cerca de 90% da visão se desenvolve até os 2 anos de vida e o restante ocorre até os 6-7 anos. O cérebro necessita de um estímulo visual perfeito para que o olho da criança aprenda a enxergar corretamente.
Problemas visuais podem ser confundidos com dificuldade cognitiva e interferem diretamente no processo de aprendizado de crianças e jovens. Estudos revelam que muitos estudantes enfrentam dificuldade de alfabetização, que na verdade são resultado de alguma dificuldade visual. Estima-se que 20% da população estudantil deveriam usar correções óticas e não o fazem por falta de oportunidade. “A conscientização dos pais e pediatras é a melhor forma de prevenir a baixa de visão irreversível no adulto. Muitos pacientes chegam ao nosso consultório tardiamente e nada pode ser feito para recuperar o tempo perdido na sua formação visual”, explica o oftalmologista Arthur Schaefer, Secretário Geral da Associação Paranaense de Oftalmologia.

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