Croácia vira o jogo e derrota a Inglaterra por 2 a 1 na prorrogação

Goleiro da seleção inglesa não alcança a bola, diante do coice que o croata deu em direção ao gol

A Croácia teve mais uma missão dura na Rússia: desafiar os inventores do futebol, a Inglaterra, para chegar à sua primeira final de Copa do Mundo. Apesar de não estar cotada para chegar entre os semifinalistas e ser chamada de “azarona” e de “zebra”, os croatas venceram a seleção inglesa por 2 a 1, nos 15 dos 30 minutos de prorrogação e mandaram a Inglaterra para casa.
Tudo surpresa. Assim como foi surpresa o gol do lateral direito Trippier, logo aos quatro minutos de jogo. Ele cobrou a falta com precisão e a bola morreu perto do ângulo de Subasic. Um belo gol da Inglaterra. Kieran Trippier é apenas o segundo jogador da Inglaterra a marcar um gol de falta em uma Copa do Mundo (desde 1966). David Beckham que marcou gols de falta em 1998 e 2006. Aliás, dos 11 gols marcados pelo time de Gareth Southgate na Copa da Rússia, oito gols saíram a partir de jogadas de bola parada.
A Croácia demorou um pouco a se encontrar em campo, parecia com pernas cansadas. Talvez por pagar o preço de ter jogado duas prorrogações, nas oitavas e quartas, contra Dinamarca e Rússia, respectivamente. Ambas as partidas foram decididas na cobrança de pênaltis.

Vontade de ganhar

Jogador croata vibra com a vitória no apito final do jogo

Os croatas voltaram com vontade de empatar a partida logo no início do segundo tempo, mas os ingleses levaram o jogo em banho-maria. Mas, aos 22 minutos, após cruzamento de Vrsaljko pela direita, Perisic se antecipou a dois marcadores ingleses e chegou antes de Walker na pequena área – esticando o pé e chegando antes da cabeça do defensor inglês.
Croácia e Inglaterra foram beneficiadas pela eliminação precoce de seleções tradicionais. A Suécia, adversária dos ingleses nas quartas, roubou a vaga da Alemanha, atual campeã. A Rússia, oponente da Croácia também nas quartas, eliminou a Espanha, campeã em 2010. Com isso, as duas tiveram um caminho teoricamente mais fácil até chegar onde se encontram agora.
O histórico também comprova que não eram favoritas. A Inglaterra tenta chegar a uma final desde 1966, quando conquistou o título em casa. Há 28 anos, o time não disputa uma semifinal. A Croácia nunca foi finalista e ficou entre as quatro uma vez, em 1998.

Croatas negam zebra

Os croatas negam o rótulo de zebra. O técnico Zlatko Dali? afirmou que sua equipe tem atletas nos grandes times europeus. Ele acredita que a falta de bons resultados recentes levou a essa pouca valorização do time. “É verdade que não conseguimos um resultado importante como seleção nos últimos anos. Estivemos abaixo do que podemos.” O elenco é badalado. Luka Modric, do Real Madrid, é o grande astro da seleção. Ao seu lado, estão Rakitic, do Barcelona, Mario Mandzukic, da Juventus, e Ivan Perisic, da Inter.
A Inglaterra chegou desacreditada à Rússia por dois motivos. O técnico Gareth Southgate diretor da seleção sub-21, não tem títulos relevantes e só assumiu o cargo depois de o técnico principal ter sido afastado por envolvimento em irregularidades na transferência de jogadores. Foi uma prova de fogo para sua própria carreira. Além disso, a Copa é o primeiro grande teste de um time jovem, 25 anos em média.
A ascensão do time inglês na competição pode ser medida pelo entusiasmo da torcida. Depois de um início tímido em várias sedes, os ingleses finalmente estão sendo ouvidos nos estádios. Eles adotaram o lema “Football is coming home” (O futebol está voltando para casa, em português). A música foi tema da Eurocopa de 1996, sediada na Inglaterra. Hoje, faz referência a um possível título do país onde foi criado o futebol. “Essa é uma música que eu não ouvia há uns 20 anos, mas tem sido legal escutar as pessoas se divertindo com ela depois de tanto tempo”, disse o treinador.

Prorrogação

A Inglaterra tem sido consistente, mas ainda não teve uma grande atuação na Rússia. A Croácia fez uma boa fase de grupos – venceu a Argentina por 3 a 0 –, mas suou nas últimas partidas diante de adversários teoricamente mais fracos, como Dinamarca e a própria Rússia. Por isso, não será surpresa mais uma decisão por pênaltis.
Os croatas avançaram duas vezes dessa forma graças ao goleiro Subasic. Os ingleses superaram o drama histórico de três eliminações seguidas em Copas em decisão diante da Colômbia. A comissão técnica estudou as cobranças antigas e descobriu que os ingleses eram mais afoitos que os batedores dos outros times após o árbitro autorizar o tiro. Agora, eles esperam, respiram e só depois batem. É. Mas ontem não deu certo e a Croácia mandou a Ingleterra de volta para casa, ao virar o jogo e vencer por 2 a 1 no primeiro tempo dos 30 minutos de prorrogação.

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