Ministro do Trabalho assume cargo prometendo atuação técnica na pasta

Novo ministro diz que fará mudanças que forem necessárias e com transparência

Após tomar posse na tarde de terça-feira (10), em cerimônia no Palácio do Planalto, o novo ministro do Trabalho, Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello, disse que o ministério tem que ser “extremamente técnico”. “Temos que funcionar tecnicamente”, afirmou.
Perguntado se será necessário fazer uma revisão nos cargos da pasta após a terceira fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal, que afetou a cúpula do ministério, então comandado pelo PTB, o novo ministro afirmou que se as mudanças forem necessárias serão feitas. “Como bom mineiro vou examinar bem a situação e as medidas serão tomadas, com transparência”, disse.
No entanto, Caio Vieira de Mello ressaltou que se os indicados políticos tiverem capacidade técnica, eles permanecem no cargo. “Não estou dizendo que vou trocar [os cargos]. Eu vou conduzir o ministério tecnicamente”, disse. O desembargador aposentado também destacou que o presidente Michel Temer pediu que ele desse agilidade ao Ministério do Trabalho “e ajudasse a resolver os problemas que existem lá”.
No último dia 5, o chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Eliseu Padilha, havia assumido interinamente o Ministério do Trabalho, no lugar de Helton Yomura, que pediu exoneração do cargo após ser um dos alvos da terceira fase da Operação Registro Espúrio. O objetivo da operação foi aprofundar as investigações sobre uma suposta organização criminosa suspeita de fraudar a concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho.

Reforma trabalhista
Sobre a reforma trabalhista, o novo ministro disse a alteração de legislação é “uma coisa normal”. “A adaptação vai se fazendo pela jurisprudência e o tempo vai mostrando a vantagem ou desvantagem. Se houver necessidade, haverá mudança também. Não vejo nenhuma necessidade de mudança no momento”.

Chefe de gabinete do MT pede demissão

Júlio Canelinha pede demissão dizendo que só se tornou réu na operação por ter feito contato com pessoas investigadas

Solto na madrugada de terça-feira (10), o chefe de gabinete do ex-ministro do Trabalho Helton Yomura, Júlio de Souza Bernardes, pediu exoneração do cargo. Já em seu apartamento em Brasília, ele gravou um vídeo, divulgado nas redes sociais, onde comunicou o ato. “Estou indo hoje ao ministério do Trabalho para pedir a minha exoneração para que o novo ministro tenha transparência, tranquilidade para trabalhar e para que as investigações sigam normalmente, para não parecer e nem dar um ar de que talvez eu esteja permanecendo no ministério do Trabalho para tentar ocultar algum tipo de prova dessa investigação que ainda prossegue”, afirmou.
Ex-vereador em Paraíba do Sul (RJ) pelo PTB, conhecido como “Canelinha”, Souza Bernardes foi preso na terceira fase da Operação Registro Espúrio, na semana passada, e solto após o prazo de cinco dias da prisão temporária, diante da ausência de uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para converter a prisão em preventiva. Ele teve os sigilos telefônicos e bancários quebrados e afirma também que não cometeu nenhuma irregularidade. “Quero deixar claro que eu só me tornei investigado nessa operação registro espúrio tão somente por eu ter feito contato com pessoas que eram pessoas que estavam sendo investigadas. Por isso me tornei alvo da investigação”, disse Souza Bernardes na gravação.

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