Disputada por milícia e tráfico, Praça Seca vai ganhar Companhia Destacada com 80 PMs

Tiroteios entre grupos rivais são comuns na Praça Seca Foto: reprodução

Disputada há, pelo menos, seis anos por traficantes e milicianos, a Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, vai ganhar uma Companhia Destacada com 80 policiais até o final de agosto. O efetivo será realocado da UPP Cidade de Deus — próxima das unidades a ser extinta segundo o cronograma elaborado pelo comando da PM — e ficará responsável principalmente pelo policiamento ostensivo das vias da região.

A PM já decidiu que a Companhia Destacada terá uma base de alvenaria. O local onde será instalada, entretanto, ainda é estudado pelo comando da corporação. O objetivo é que seja um ponto central e de fácil acesso. Por isso, a base não será dentro de favelas da região.

A maior parte dos agentes da UPP Cidade de Deus serão absorvidos pelo 18º BPM (Jacarepaguá), que passará a ser responsável pelo patrulhamento da favela. Com a extinção da unidade, também está prevista a criação de uma Companhia Destacada numa via de acesso à comunidade.

Essa será a segunda vez em quatro anos que a PM vai inaugurar uma Companhia Destacada na Praça Seca. Da última vez, em 2014, ela contava com 60 homens e era subordinada ao 9º BPM (Rocha Miranda), então responsável pela área. Quando passou a ser patrulhada pelo 18º BPM, a partir do segundo semestre do ano passado, a região deixou de ter agentes voltados exclusivamente para o local.

Com a extinção de três UPPs — além da Cidade de Deus, Mangueirinha e Vila Kennedy também tiveram atividades encerradas —, a PM também vai anunciar reforços em unidades que serão mantidas.

 

Reforço nas UPPs da Zona Sul

 

As primeiras UPPs que ganharão aumento em seus efetivos também estão em favelas conflagradas. As unidades da Babilônia, do Chapéu Mangueira, do Pavão-Pavãozinho e da Ladeira dos Tabajaras, todas na Zona Sul e alvo de uma disputa entre facções rivais, terão reforço de 110 PMs. O acréscimo corresponde a 28% do efetivo de todas as UPPs juntas, que hoje têm 388 agentes.

Desde abril, o Morro da Babilônia vem sendo disputado pela facção que domina a venda de drogas no Pavão-Pavãozinho e os traficantes do Chapéu Mangueira. Já foram registradas pelo menos três invasões na favela nos últimos dois meses.

Já a UPP da Providência, no Centro do Rio, terá seu efetivo aumentado em 50%: vai passar dos atuais 180 para 270 agentes. O objetivo do reforço é, além de aumentar a quantidade de agentes na favela, ocupar provisoriamente o vizinho Morro do Pinto, onde traficantes voltaram a ostentar fuzis. As duas favelas são consideradas estratégicas para a corporação pela proximidade com diversas estações do VLT e da Central do Brasil.

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